Cenas alarmantes foram registradas na capital da Coreia do Sul, Seul, na noite desta terça-feira (3). O presidente do país, Yoon Suk Yeol, considerado um extremista de direita, declarou lei marcial durante um discurso transmitido em rede nacional.
Como parte das medidas autoritárias, tanques foram posicionados nas ruas, e o Parlamento do país foi fechado, caracterizando um evidente golpe de estado liderado pelo governo atual.
Imagens chocantes mostram forças de segurança tentando invadir o congresso do país, evidenciando a implementação de uma ditadura militar:
O subterfúgio do golpe
O presidente Yoon acusa o principal partido de oposição, o Partido Democrata, de colaborar com a Coreia do Norte e de atividades "antiestatais".
O general Park An-Su, chefe do Estado-Maior, tem atuado ao lado de Yoon, evidenciando a aliança das forças armadas com o golpe de extrema direita.
Em seu discurso, o golpista Yoon declarou que a oposição tem demonstrado "comportamento claramente antiestatal, com o objetivo de incitar a rebelião". Ele ainda afirmou que essas ações "paralisaram os assuntos do Estado e transformaram a Assembleia Nacional em um covil de criminosos".
Assembleia rejeita lei marcial
Em votação extraordinária nesta terça-feira (3), o Parlamento da Coreia do Sul rejeitou a lei marcial imposta pelo presidente de extrema direita Yoon Suk Yeol, que tenta consolidar um golpe militar no país.
As forças de segurança foram ordenadas a fechar a Assembleia Nacional, o que resultou em confrontos na entrada do prédio, em Seul.
A rejeição à lei marcial e à dissolução da casa legislativa foi unânime. Estavam presentes 190 dos mais de 300 deputados que compõem o Parlamento.
O presidente Yoon Suk Yeol acusa o Partido Democrata - principal força de oposição, liderado pelo ex-presidente Moon Jae-in - de colaborar com a Coreia do Norte e de estar envolvido em "atividades antiestatais".
Embora a extrema direita tenha minoria no Parlamento, o presidente conta com o apoio dos militares para tentar implementar um golpe de estado na parte sul da península coreana.
Entre 1961 e 1987, a Coreia do Sul viveu sob um regime militar, caracterizado pelo controle de generais, uma ditadura brutalmente repressiva e amplamente reconhecida por suas violações aos direitos humanos.
Matéria em atualização