Durante a primeira semana de dezembro de 2024, os oficiais representantes dos 32 países membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se reúnem para uma cúpula de dois dias em que tratarão da situação da Ucrânia.
Nesta terça-feira (3/12), o chefe da aliança militar, Mark Rutte, ex-primeiro ministro da Holanda, afirmou durante uma coletiva de imprensa em Bruxelas, onde vão ocorrer os encontros, que a Ucrânia, "quando decidir entrar em negociações de paz", deve partir de uma "posição de força". Esse, disse ele, é o mais crucial.
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Rutte também fez declarações ousadas a respeito do conflito com a Rússia, dizendo que os membros da aliança devem focar em "conseguir mais auxílio militar" para a Ucrânia, mais tecnologias de "defesa anti míssil" e uma melhor coordenação dessa ajuda conjunta.
A algumas semanas da posse presidencial de Donald Trump, que deve ocorrer em 20 de janeiro de 2025, a OTAN parece ter em vista uma ampliação do conflito até que ele alcance uma margem perigosa o suficiente para que os EUA deem a palavra final e finalmente autorizem uma negociação de paz definitiva, já sob o governo Trump.
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É uma conduta usual e parte fundamental da estratégia dos EUA em conflitos externos financiados pelo país, como num jogo geopolítico com princípios de ‘guerra fria’ em que a posição inexorável da potência dominante permita, no fim das contas, sua saída exemplar do conflito — e, em certa, medida vitoriosa.
Afinal, Trump já havia declarado, nas semanas anteriores, que seria capaz de "acabar com a guerra em dias".
O apelo da Ucrânia para a entrada na OTAN continua, além disso, a todo vapor: em uma declaração oficial do Ministério de Defesa ucraniano divulgada nesta (3/12), no contexto do encontro entre os membros da aliança militar, o país manifestou acaloradamente sua intenção de se unir ao grupo.
“Nós não vamos aceitar nenhuma alternativa ou substituto para a plena filiação da Ucrânia à OTAN”, dizia o comunicado. O convite à adesão, se feito à Ucrânia, seria uma "contramedida efetiva à chantagem russa", e seria capaz de "acabar com as ilusões do Kremlin sobre dificultar a integração euro-atlântica a ucrânia", prossegue.
Mas a OTAN permanece cautelosa quanto a uma integração oficial da Ucrânia. A escalada nuclear do conflito, uma ameaça no horizonte do mundo ocidental, é um dos motivos mais fundamentais para adiar essa e outras medidas de apoio, como o envio de tropas, ao vizinho da Rússia.
Em declaração, Rutte disse que os acordos bilaterais travados nos últimos meses pela Ucrânia em reforço ao auxílio militar do país — com os EUA, a Inglaterra, a Alemanha e a França, por exemplo, na disposição de grandes pacotes orçamentários e no envio de armamentos de guerra — são "parte do caminho da Ucrânia" em direção à sua "adesão total" à aliança, conforme noticiou a Euronews.
Nesta segunda-feira (2/12), Alemanha e Estados Unidos anunciaram novas medidas de auxílio ao país. Biden forneceu, como parte de uma medida anunciada em setembro, um orçamento de mais US$ 725 milhões, que inclui o envio de mísseis Stinger, novos sistemas de defesa aérea e mais munições.
Já a Alemanha se comprometeu a fornecer US$ 680 milhões em gastos militares com as forças armadas ucranianas.
Na ocasião da visita, o chanceler alemão, Olaf Scholz, que esteve na capital da Ucrânia, Kiev, na segunda-feira (2/12), disse: “Viajei para Kiev hoje à noite: de trem por um país que vem se defendendo contra a guerra de agressão russa por mais de 1.000 dias. Gostaria de deixar claro aqui no terreno que a Alemanha continuará sendo o maior apoiador da Ucrânia na Europa. A Ucrânia pode confiar na Alemanha – dizemos o que fazemos. E fazemos o que dizemos.”