Um caso de brutalidade inigualável que chegou ao conhecimento do público este semana, ocorrido no Reino Unido, rapidamente viralizou e foi manchete em todo o mundo. Uma mulher manteve a própria filha, desde o nascimento, dentro de uma gaveta que ficava embaixo de uma cama, por três anos. O episódio macabro ocorreu há algum tempo e só agora tornou-se público porque a mãe foi condenada a sete anos de prisão pelo tribunal de Cheshire, no Noroeste da Inglaterra.
Muitos dados sobre a história, como o nome da acusada, da criança, a data exata e outras informações que pudessem levar ao reconhecimento de qualquer parte envolvida no processo, foram suprimidas pela Justiça britânica, com amparo legal. O que se sabe em relação à situação atual da menina é que ela já foi adotada por uma família, segue em recuperação física, emocional e social, embora ao ser encontrada, com três anos de idade, tivesse aspecto de um bebê de 10 meses.
Segundo as autoridades, a mulher, que tinha outros filhos e mantinha um convívio “normal” com eles. Ela teria engravidado desta criança e ficado “apavorada”, já que o seu parceiro morava em outro local e mantinha uma relação profundamente abusiva com ela. Após o parto, a criança passou a ser deixada o tempo todo dentro da gaveta, embaixo da cama. Quando a mãe saía para trabalhar, ou até mesmo para ir a confraternizações de fim de ano, a pequena menina segui sozinha na gaveta.
Tempos depois, o pai da criança foi morar com ela e os outros filhos. A mãe precisou, então, trocar a criança de quarto, colocando-a na mesma gaveta, mas trocando o móvel de cômodo. Foi o homem que descobriu a criança, numa ocasião em que estava na residência “sozinho”. Ele foi ao banheiro e escutou um barulho vindo do quarto. Ao abrir a gaveta da cama, encontrou a filha que nem sabia que possuía.
As autoridades foram acionadas pelo homem e, ao chegarem à casa, encontraram algo chocante, que fez inclusive com que policiais experientes chorassem. A criança estava com deformidades físicas, os cabelos completamente embaralhados e muitas feridas pelo corpo. Ela tinha também uma ferida no céu da boca, que foi possível dizer se era algo de nascença ou gerado pelas condições do confinamento.
Os promotores que cuidaram do caso disseram que tudo ocorreu num cenário complexo e muito caótico. A mãe já seria alguém com graves problemas de ordem psíquica, que se acentuaram durante o período de isolamento da pandemia, o que faz presumir que naquele momento ela já teria a filha, ou pelo menos estivesse grávida.
“Você privou aquela menina de qualquer amor, de qualquer afeto adequado, de qualquer atenção adequada, de qualquer interação com outras pessoas, de uma alimentação adequada, de cuidados médicos muito necessários... Você tentou controlar essa situação da maneira “mais cuidadosa” que pôde, mas, por pura sorte, seu terrível segredo foi descoberto. As consequências para essa criança foram nada menos do que catastróficas, física, psicológica e socialmente”, disse o juiz do processo que condenou a mãe, Steven Everett.
O promotor do caso, Siôn ap Mihangel, se disse chocado com a brutalidade da história e explicou um pouco da dinâmica do que ocorreu. “Ela foi mantida em uma gaveta no quarto, não foi levada para fora, não socializou, não teve interação com mais ninguém”, contou.
Durante o período em que ficou aprisionada na gaveta, a menina era alimentada com uma seringa que era abastecida com leite e cereal, de acordo com as informações do processo disponibilizadas. A criança foi encontrada em um grave estado de desnutrição e desidratação, o que fez com que médicos ficassem perplexos com o fato de ela não ter morrido.