Jon e Carie Hallford, um casal dono de uma empresa funerária que operava nas cidades de Colorado Springs e Penrose, no Colorado, foi preso por ter recebido dinheiro de clientes para organizar sepultamentos e cremações, mas, em vez disso, “estocava” os cadáveres na sede da firma. De acordo com as autoridades norte-americanas, eles fizeram isso com 191 mortos.
Pela legislação do estado do Colorado, eles cometeram o crime de abuso de cadáver. De acordo com as investigações, a Return to Natura oferecia um serviço de sepultamentos ecológicos, usando caixões, cestos e mortalhas biodegradáveis, além de ter a opção de cremação. Nos tais ataúdes sustentáveis, concreto e outros materiais eram colocados, e até por vezes utilizava-se o corpo de alguém que não era o ente querido dos clientes. Nas urnas de cinzas eles usavam cimento e outros materiais.
O golpe macabro foi descoberto após o cheiro insuportável dos cadáveres em decomposição torna-se indisfarçável para a vizinhança. Os restos humanos estavam empilhados numa grande geladeira desligada e fechada, instalada na sede da Return to Nature em Penrose. Acionada, a polícia foi ao local e descobriu tudo. Durante diligências posteriores, na unidade localizada em Colorado Springs também foram achados mais corpos.
O caso foi descoberto em outubro de 2023, mas só se tornou público agora, com a acusação federal já feita e com os acusados se declarando culpados pelo crime de abuso de cadáver, o que levará os dois a uma condenação de 15 a 20 anos de prisão. Os valores envolvidos no esquema funesto teriam rendido pelo menos US$ 130 mil (aproximadamente R$ 755 mil).
No inquérito consta que Jon e Carie Hallford não usavam os valores para realizar os processos funerários contratados pelas famílias, mas sim para adquirir joias e outros produtos de luxo de grifes famosas, como a Tiffany & Co. Eles também assumiram uma fraude eletrônica, ocorrida no período da pandemia da Covid-19, para vítimas da doença, que rendeu US$ 800 mil (R$ 4,6 milhões).
“Os Hallfords receberam mais de 130 mil dólares de vítimas por serviços de cremação ou sepultamento, que nunca foram realizados... O impacto sobre essas famílias foi imenso”, disse Michael Allen, procurador do 4º Distrito Judicial do Colorado.