Nesta quarta (20), um comunicado oficial da embaixada dos Estados Unidos em Kiev, capital da Ucrânia, afirmou que os oficiais de Estado norte-americanos receberam informações específicas de um "potencial ataque aéreo" significativo da Rússia à região.
"Por excesso de cautela, a Embaixada será fechada", diz o comunicado, e seus funcionários "estão sendo instruídos a encontrar abrigo" no local.
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Os oficiais ainda pedem para que os cidadãos americanos que residem em Kiev "estejam preparados para encontrar abrigo imediato" em caso de um alerta mais sério.
Outras potências ocidentais seguiram à medida de "cautela" dos norte-americanos e também ordenaram o fechamento de suas embaixadas na cidade: foi o caso de Grécia, Itália e Espanha, que também citaram o conhecimento de um possível ataque de alta ameaça à segurança a ser coordenado em breve pela Rússia.
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A embaixada do Cazaquistão emitiu um comunicado aos seus cidadãos residentes na Ucrânia, também nesta quarta-feira (20), apelando que os cazaques considerassem deixar o país o mais rápido possível.
Tensão nuclear
Embora a ameaça não possa ser confirmada, a autorização do primeiro ataque ucraniano à Rússia, ocorrido na terça (19) com o emprego de armas ocidentais de alta destruição — os mísseis ATACMS, fornecidos pelos EUA —, levou a potência nuclear a atualizar sua doutrina de dissuasão e a reiterar sua posição a respeito de como ataques conjuntos seriam interpretados pelo país.
De acordo com a doutrina, qualquer agressão coordenada por uma potência não nuclear com a participação ou o apoio de uma potência nuclear será vista como um ataque conjunto à Rússia
Agora, a retirada das embaixadas de múltiplos países do território em disputa vem sob o pânico nuclear instaurado pelos recentes desenvolvimentos e a ameaça de novos ataques massivos da Rússia à Ucrânia, em resposta à provocação final dos EUA e ao envio, por esse país, de ainda novas tecnologias de combate às forças ucranianas, como minas terrestres destinadas a desacelerar o avanço de tropas russas no campo de batalha.
A guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2022, já completa mil dias, e desponta como uma das ameaças mais flagrantes, desde a Guerra Fria, à retomada do uso de tecnologia nuclear por potências beligerantes.
A chegada de tropas norte-coreanas ao conflito, em auxílio aos esforços russos, e a atualização da doutrina nuclear de Moscou anunciada após a autorização dos EUA para o uso de armas de destruição pela Ucrânia tornam o fim do conflito ainda mais distante no horizonte diplomático, mas a eleição de Donald Trump em novembro parece ter reacendido a possibilidade de novos diálogos e negociações por parte de Putin, de acordo uma recente investigação feita pela Reuters com fontes oficiais e anônimas próximas do Kremlin.