AMÉRICA LATINA

Este já foi o país mais rico da América Latina e hoje vive em um abismo: queda de 4% do PIB

Gigante da América Latina vive cenário de derrocada em 2024 e é a única economia em queda no G20

Avenida de Mayo, no bairro de Montserrat, em Buenos Aires, no ano de 1929
Avenida de Mayo, no bairro de Montserrat, em Buenos Aires, no ano de 1929Créditos: Domínio Público
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Sob a gestão do presidente Javier Milei, a economia argentina registrou uma deterioração acelerada em 2024. O país enfrenta uma retração projetada de 4% no PIB, com impactos severos em setores fundamentais.

A capital, Buenos Aires, que outrora ostentava grandes reservas e o título de economia mais rica da América Latina, vive um momento de profunda crise e humilhação.

Além do colapso econômico, a Argentina saiu enfraquecida das negociações do G20, realizadas no Brasil. Após tentar bloquear os avanços do evento, o governo argentino cedeu à pressão internacional e assinou o documento final do encontro. O país é o único do bloco com decréscimo no PIB projetado para 2024.

Encontro de Lula e Milei no G20 (Ricardo Stuckert/PR)

Dados do Indec (Instituto Nacional de Estadística y Censos de Argentina) mostram que o consumo privado e público sofreram contrações significativas. Setores como construção (-22,2%) e comércio (-15,7%) enfrentam crises profundas. A única exceção foi o setor agrícola, que apresentou um crescimento expressivo de 81,2%, graças à forte demanda internacional por commodities.

Apesar disso, a economia segue colapsando, com mais de 50% da população vivendo abaixo da linha da pobreza. A popularidade de Milei, que iniciou o mandato com altas expectativas, está em queda. Atualmente, 43% dos argentinos aprovam sua gestão, enquanto 47% a avaliam como "péssima".

Um país rico no passado

No início do século XX, a Argentina figurava entre as economias mais prósperas do mundo e era a mais rica da América Latina. Movida pela exportação de carne e grãos, o país atraía imigrantes europeus e consolidava uma classe média pujante.

Avenida 9 de Julho, em Buenos Aires, 1930 (Domínio Público)

Na época, a Argentina estava entre as dez maiores economias globais e foi pioneira na industrialização na América Latina. Buenos Aires era frequentemente comparada a Paris, destacando-se pelo alto padrão de vida.

Entretanto, a falta de diversificação econômica, políticas internas mal planejadas e constantes intervenções políticas e militares corroeram sua competitividade. A liderança econômica foi perdida para o Brasil, e o status privilegiado da Argentina tornou-se uma memória distante, agora contrastando drasticamente com a crise atual.

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