Sob a gestão do presidente Javier Milei, a economia argentina registrou uma deterioração acelerada em 2024. O país enfrenta uma retração projetada de 4% no PIB, com impactos severos em setores fundamentais.
A capital, Buenos Aires, que outrora ostentava grandes reservas e o título de economia mais rica da América Latina, vive um momento de profunda crise e humilhação.
Além do colapso econômico, a Argentina saiu enfraquecida das negociações do G20, realizadas no Brasil. Após tentar bloquear os avanços do evento, o governo argentino cedeu à pressão internacional e assinou o documento final do encontro. O país é o único do bloco com decréscimo no PIB projetado para 2024.
Dados do Indec (Instituto Nacional de Estadística y Censos de Argentina) mostram que o consumo privado e público sofreram contrações significativas. Setores como construção (-22,2%) e comércio (-15,7%) enfrentam crises profundas. A única exceção foi o setor agrícola, que apresentou um crescimento expressivo de 81,2%, graças à forte demanda internacional por commodities.
Apesar disso, a economia segue colapsando, com mais de 50% da população vivendo abaixo da linha da pobreza. A popularidade de Milei, que iniciou o mandato com altas expectativas, está em queda. Atualmente, 43% dos argentinos aprovam sua gestão, enquanto 47% a avaliam como "péssima".
Um país rico no passado
No início do século XX, a Argentina figurava entre as economias mais prósperas do mundo e era a mais rica da América Latina. Movida pela exportação de carne e grãos, o país atraía imigrantes europeus e consolidava uma classe média pujante.
Na época, a Argentina estava entre as dez maiores economias globais e foi pioneira na industrialização na América Latina. Buenos Aires era frequentemente comparada a Paris, destacando-se pelo alto padrão de vida.
Entretanto, a falta de diversificação econômica, políticas internas mal planejadas e constantes intervenções políticas e militares corroeram sua competitividade. A liderança econômica foi perdida para o Brasil, e o status privilegiado da Argentina tornou-se uma memória distante, agora contrastando drasticamente com a crise atual.