Em 2022, o bilionário de extrema direita Elon Musk veio ao país com a promessa de “expandir a rede de internet Starlink”, mas agora, seu foco está em um outro recurso mais lucrativo: o lítio. Esse mineral, considerado o "novo petróleo do século XXI", é essencial na produção de baterias para veículos elétricos, setor no qual a Tesla busca expandir seu domínio.
O Brasil é um país com vastas reservas de lítio, especialmente em Minas Gerais, que tem forte atividade no setor de mineração. Como o país possui cerca de 1,2 milhão de toneladas de lítio, isso o torna refém da crescente demanda global por baterias recarregáveis.
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Embora países como Austrália, Chile e China dominem a produção global de lítio, o Brasil se destaca por um aspecto importante: o método de extração mais ambientalmente amigável. Ao contrário dos países do Triângulo do Lítio — Bolívia, Argentina e Chile —, que frequentemente utilizam técnicas que causam sérios danos aos ecossistemas locais, o Brasil tem se posicionado como uma alternativa com práticas mais sustentáveis.
A chegada de empresas como a Bravo Motor Company, que planeja instalar um complexo industrial em Nova Lima, em Minas Gerais, levanta questionamentos sobre o real compromisso com a sustentabilidade. Afinal, o Brasil corre o risco de se tornar mais um elo na cadeia produtiva global de exploração de lítio.
Elon Musk tentou sem sucesso adquirir a Sigma Lithium, responsável pela maior reserva de lítio do Brasil. Seu interesse revela a importância crescente do Brasil no cenário global de veículos elétricos, um mercado em que o país, além de ser um dos maiores detentores de lítio, tem potencial para desempenhar um papel central. A chegada de gigantes do setor, como a chinesa BYD, que investirá R$5,5 bilhões em uma fábrica no Brasil, só confirma essa tendência.
Contudo, a tentativa de Musk, mais do que um simples movimento comercial, aponta para uma estratégia de exploração de recursos naturais essenciais para a indústria tecnológica de ponta. Esse movimento não é isolado, mas faz parte de uma onda de interesse estrangeiro no lítio brasileiro.
A Tesla já estabeleceu uma parceria com a Vale para a aquisição de níquel, um material crucial para as baterias dos veículos elétricos. Com esses contratos e o aumento do interesse pelo lítio verde brasileiro, há uma forte chance de que Musk avance com a ideia de abrir uma fábrica da Tesla no Brasil.
O Brasil tem a oportunidade de transcender seu papel como mero exportador de commodities e se afirmar como um centro produtor de alta tecnologia. Com a demanda por lítio prevista para aumentar mais de 40 vezes até 2040, o país pode estar diante de uma chance de se tornar um dos líderes no setor de veículos elétricos.