COP29

Marina Silva diz que Brasil dobrará produção agropecuária sem desmatar

Governo Lula apresenta discurso coerente através de seus representantes

Na plateia.Marina assiste ao discurso do vice-presidente Geraldo Alckmin em Baku.Créditos: COP29
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De Baku, Azerbaijão -- A ministra do Meio Ambiente e da Sustentabilidade, Marina Silva, disse nesta terça-feira (12) a jornalistas brasileiros que acompanham a COP29 que a meta que o Brasil apresentará para redução de gases de efeito estufa é mais ambiciosa que a de outros países.

Trata-se da Meta Nacional Determinada, conhecida pela sigla em inglês NDC, que o Brasil detalhará na reunião desta quarta-feira, 13, em Baku.

A ministra disse que o Brasil pretende liderar "pelo exemplo".

Nosso objetivo principal é alcançar a redução de 67% e chegar a uma redução de emissão, em números absolutos, de 850 milhões de toneladas de CO2. Isso será feito graças a um detalhamento que virá depois, com metas para todos os setores. O Brasil tem uma metodologia que atinge a todos os gases, que se estende a todos os setores -- como transporte, indústria, agricultura e desmatamento.

Marina Silva afirmou que o Brasil fez o dever de caso, ao desenvolver um plano de transformação ecológica, um plano clima e um plano de controle do desmatamento para todos os biomas brasileiros:

Já conseguimos uma redução de 45,7% em relação à Amazônia, de 25% no cerrado. Diferentemente de outros países , o Brasil tem metas para todos os setores de nossa economia. Nosso compromisso é com desmatamento zero, porque queremos aumentar a produção por ganho de produtividade e não por expansão da nossa fronteira agrícola. Nós temos condição de dobrar nossa produção sem precisar destruir mais a floresta, sem precisar destruir a biodiversidade.

Donald Trump

À Fórum, Marina repetiu o que já havia dito o ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, mais cedo: apesar da ausência de Donald Trump e do futuro presidente dos Estados Unidos ser um negacionista, os estados americanos tem grande autonomia e a sociedade civil local deverá pressionar a Casa Branca por ações contra a emergência climática.

Até agora, a delegação brasileira apresentou um discurso coerente, com ênfase na defesa do agronegócio que não avance sobre novas áreas, garanta a segurança alimentar e ajude a derrubar a inflação no preço da comida.

O país faz isso por motivos óbvios: como disse o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, à Fórum, o Brasil fornece 75% do suco de laranja consumido no planeta, 35% da carne de frango, 24% da carne bovina e 14% da carne suína -- e o objetivo é de chegar ao final do governo Lula com presença em 300 mercados.