Na noite do último domingo (27), o regime israelense sofreu uma derrota no campo diplomático. Em uma ligação telefônica com autoridades iranianas, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Faisal bin Farhan, expressou a preocupação do reino com a escalada da violência, destacando a importância de evitar ações que possam desestabilizar a segurança regional.
“A Arábia Saudita condena e denuncia” os ataques israelenses e reafirma sua posição contrária à intensificação do conflito no Oriente Médio, afirmou o ministro saudita.
Por outro lado, o recém empossado chanceler iraniano Sayed Abbas Arakchi sublinhou a necessidade de uma "resposta unida" e uma "ação coordenada" dos países muçulmanos para enfrentar o que ele chamou de "crimes brutais" de Israel em Gaza e no Líbano.
Araqchi também agradeceu à Arábia Saudita por condenar o ataque israelense, destacando a importância de continuar o diálogo entre as nações da região para coordenar esforços e evitar a propagação da insegurança.
Fato novo no Oriente Médio
Irã e Arábia Saudita são as duas maiores potências do Oriente Médio em nível estratégico e tem uma longa história de rivalidade, que passa por questões religiosas (entre sunitas e xiitas), questões econômicas e movimentações militares em outros países da região.
Porém, após 2023, um acordo mediado pela China reaproximou Teerã e Riade, reestabelecendo as relações entre os países. Desde então, com o ingresso de ambos nos Brics, o diálogo entre os países segue tenso, mas melhorou consideravelmente.
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Israel esperava que sua cruzada contra o Irã e aliados no Líbano, no Iêmen e na Síria contaria com o apoio silencioso dos sauditas. O recado de bin Farhan e uma possível "ação coordenada" citada por Arakchi quebram as expectativas sionistas, que querem expandir sua cruzada expansionista de Gaza e Cisjordânia para todo o Oriente Médio, fomentando a desestabilização e aumentando a insegurança na região.
Em março de 2023, o acordo costurado entre chineses, sauditas e iranianos, a premissa fundamental se dava na última frase do documento: "Os três países expressam seu desejo para fortalecer todos os esforços para melhorar a segurança e a paz em nível regional e internacional". Em Teerã e Riade, a tônica parece seguir válida até o presente momento.