A aparição do ex-presidente Barack Obama ao lado da candidata Kamala Harris, na noite de quinta-feira, 24, na Geórgia, deixou clara a estratégia dos democratas faltando 11 dias para a eleição nos Estados Unidos.
Obama é o político mais popular do país e tem o dom da oratória.
No trecho do discurso que seus assessores escolheram para reproduzir nas redes sociais, o ex-presidente sugere que, reeleito, Donald Trump será um tirano.
Obama lembrou a recente entrevista do general John Kelly, ex-chefe da Casa Civil de Trump, segundo o qual o republicano disse a ele que queria ter generais como os de Hitler. Trump nega que tenha feito tal afirmação.
Hoje, Kelly voltou à carga e disse que Trump, eleito, "governará como um ditador".
Obama também citou o general que Trump escolheu para chefiar o Estado Maior das Forças Armadas, Mark Milley, que definiu o republicano como "fascista até os ossos".
Trump tem dito que acabará com as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio e que Kamala, eleita, levará o mundo à Terceira Guerra Mundial.
Tirar os eleitores de casa
A estratégia do medo e os contínuos apelos de Obama pelo "voto" significam que os democratas contam com um comparecimento massivo no dia 5 de novembro para derrotar Trump.
Nos EUA, onde o voto não é obrigatório, a eleição com maior comparecimento desde 1900 foi justamente a de 2020 (66%), quando Trump foi derrotado.
Hoje, Trump e Kamala Harris aparecem praticamente empatados nas pesquisas, mas o republicano está em viés de alta.
A democrata fará um evento nesta sexta-feira destinado a conseguir os votos das mulheres dos estados pêndulo: vai aparecer ao lado de Willie Nelson, Beyoncé e da mãe dela, Tina Knowles, para falar sobre aborto.
Depois que a Suprema Corte, com três juízes indicados por Trump, derrubou a histórica decisão Roe vs. Wade, por força de leis locais o aborto foi banido no Texas.
Por isso, o evento será em Houston.