A Revista Fórum terá cobertura das eleições nos Estados Unidos desde Pittsburgh, na Pensilvânia, em parceria com o site sindical Payday Report.
Ele foi criado pelo repórter Mike Elk, que já foi nomeado ao Emmy por seu trabalho jornalístico. Mike contará com o apoio do fotojornalista e repórter cinematográfico brasileiro Fernando Cavalcanti.
Filho de um sindicalista, Mike cobriu o movimento sindical nos EUA para o diário britânico Guardian e foi demitido do poderoso site Político justamente por tentar sindicalizar os trabalhadores.
A cobertura do Payday Report tem, portanto, o viés dos interesses de classe.
A Pensilvânia é um dos estados considerados decisivos na eleição dos Estados Unidos, talvez o mais importante deles.
Epicentro
Pittsburgh talvez seja o epicentro da batalha eleitoral: fica no leste do Estado e sofreu enormemente com a decadência industrial dos Estados Unidos.
Lá, os democratas, normalmente associados ao movimento sindical, enfrentam um discurso de Donald Trump que tem grande repercussão: o republicano promete taxar automóveis importados "em até 2.000%", um número obviamente retórico, mas que vira votos entre os trabalhadores de todo o chamado Cinturão da Ferrugem.
O condado de Allegheny, onde fica Pittsburgh, é o mais populoso do estado.
Lá, Joe Biden venceu Donald Trump por 59% a 39% em 2020. Com isso, ganhou na Pensilvânia e chegou à Casa Branca. Biden tem um histórico de boas relações com o movimento sindical, diferentemente da candidata Kamala Harris.
Em 2016, Hillary Clinton venceu por margem menor no condado: 56% a 39%. Ela acabou perdendo para Trump no estado por pequena margem, 48% a 47,5%. Com isso, Trump ficou com os 19 delegados da Pensilvânia no Colégio Eleitoral e se elegeu.
O bilionário Elon Musk, através de seu comitê de ação política, está promovendo uma série de comícios pró-Trump em estados decisivos. Nos próximos dias, fará uma aparição em Pittsburgh.
As pesquisas mais recentes mostram Kamala Harris e Donald Trump empatados na Pensilvânia, dentro da margem de erro.
Pittsburgh também é um ponto de observação privilegiado para a disputa que pode definir o futuro controle do Senado dos Estados Unidos, entre o democrata Sherrod Brown, que tenta a reeleição, e seu oponente Bernie Moreno, no vizinho estado de Ohio.
Trata-se da campanha senatorial mais cara da História dos Estados Unidos, com os dois partidos despejando caminhões de dinheiro pelo cargo-chave.