O físico alemão Albert Einstein, “pai” de tantas teorias e descobertas essenciais para a humanidade, esteve no Brasil no ano de 1925. O gênio admirado mundo afora visitou também a Argentina e o Uruguai no mesmo giro que fez pela região. No entanto, pouca gente conhecia seus registros de viagem feitos num diário que de algum tempo para cá vieram à tona.
De origem judaica e potencialmente um alvo dentro de sua própria nação, por razões raciais, quando o nazismo de Adolf Hitler chegou ao poder, em 1933, Einstein mostrou-se um sujeito bastante racista e desprezível com o povo brasileiro, pelo menos tendo em vista seus comentários no tal diário que se tornou público.
“Aqui sou uma espécie de elefante branco para os demais, e eles são macacos para mim”, escreveu Einstein em seus registros de viagem enquanto esteve no Brasil.
O historiador Ze'ev Rosenkranz, especialista na vida de Albert Einstein, e que analisou amplamente seu diário desde as primeiras publicações, em 2018, relatando viagens do físico célebre pelo Extremo Oriente, Palestina e Espanha, diz que embora o teórico adorasse mostrar uma aura progressista e tolerante, sempre chamando ao convívio pacífico e ao diálogo, muitas de suas impressões obtidas nos registros de viagem mostram alguém cheio de preconceitos, dado a estereótipos e que eventualmente desumanizava outros povos.
“Algo que é realmente interessante é que seus diários revelam uma clara discrepância entre suas declarações públicas, que eram progressistas e humanitárias, convidando à tolerância, e algumas passagens das suas anotações privadas, nas quais expressava preconceitos e estereótipos em relação às pessoas que conheceu”, disse Rosenkranz.
Em sua análise, o historiador diz que a afirmação do Prêmio Nobel de 1921 em relação aos brasileiros, mesmo tendo sido aparentemente com ar afável, acompanhada de elogios à natureza magistral do país e à miscigenação racial, revelou uma maneira de pensar do físico que desumanizava os brasileiros.