É raro, mas aconteceu. Na sexta, dia 11, a CNN dos EUA deixou passar, intencionalmente ou não, a informação de que Israel está cometendo um genocídio em Gaza.
O programa "News Central", da CNN, exibiu um segmento de painel sobre o aniversário do ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 a Israel e a guerra de retaliação de Israel.
A âncora Kate Bolduan observou que cerca de 1.200 pessoas foram mortas durante o ataque do Hamas, como se todos tivessem mesmo sido mortos pelo grupo — aliás, como ocorre aqui no Brasil. A verdade, admitida por Israel, é que muitos dos 1.200 foram mortos por Israel pelo chamado "fogo amigo" e outros pela chamada "Diretiva Hannibal" — e ainda outros 250 foram sequestradas.
[Diretiva Hannibal é o nome de um procedimento introduzido em 1986 usado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) para evitar a captura de soldados israelenses pelas forças inimigas.De acordo com uma versão, diz que “o sequestro de soldados deve ser interrompido por todos os meios, mesmo ao preço de atacar, ferir ou destruir as nossas próprias forças”. A diretiva foi alterada várias vezes e acredita-se que ela tenha sido revogada em 2016.]
Bolduan também reconheceu que quase 42.000 palestinos foram mortos e outros 2 milhões deslocados pelas forças israelenses, chamando a situação em Gaza de uma "crise humanitária desesperada".
A âncora perguntou à participante do painel, Dra. Tanya Haj-Hassan — uma médica intensivista pediátrica americana que foi voluntária por duas semanas no Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza — o que ela pensava sobre o assunto.
"Com toda a honestidade, uma crise humanitária é o que você lida quando tem um furacão, o que você lida quando tem um terremoto", Haj-Hassan respondeu. "Esta não é uma crise humanitária."
"Kate, vou deixar bem claro para seus espectadores ouvirem: isso é genocídio", enfatizou a médica.
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