Enquanto boa parte do país se manifesta nas ruas contra medidas de seu governo, que ainda nem foram aprovadas no Congresso argentino, Milei parece tranquilo com a orientação de seus gurus caninos, que analistas políticos argentinos identificam como Macri, o ex-presidente que em seu governo pegou um empréstimo de US$ 44 bilhões com o FMI e literalmente quebrou a Argentina.
Milei sofreu dois reveses recentes na Justiça, que suspendeu a validade de medidas contra os direitos dos trabalhadores.
E mais: a última pesquisa de opinião divulgada do instituto Zurban Cordoba mostra queda recorde de sua aprovação:
Milei perdeu mais de um ponto de imagem positiva por dia e hoje tem 55% de rejeição entre os argentinos, índice raro um mês de governo. "É a perda de diferencial positivo mais acelerada do que temos registro. Nos atrevemos até a dizer que provavelmente será mais acelerado em toda a história da região", afirmou o instituto de pesquisa.
No entanto, Javier Milei pede paciência aos argentinos, diz que seu projeto é de longo prazo, como afirmou em sua mensagem de final de ano:
Em essência, nossas reformas implicariam em níveis de liberdade econômica que em um período de 45 anos nos permitiriam multiplicar por dez o nosso PIB per capita, alcançando nível similar ao da Irlanda, que hoje se encontra 50% acima do dos Estados Unidos.
Só daqui a quase meio século a Argentina estará bem. É nisso que ele quer que o argentino acredite e espere.
Questionado por um jornalista na última terça, 2, sobre um prazo tão dilatado de 45 anos, quando muitos dos argentinos de hoje já terão morrido, Milei se mostrou imperturbável e disse que tinha uma boa notícia:
“Mas tenho uma boa notícia para vocês: nos processos de convergência, dois terços das melhorias são observadas nos primeiros 15 anos ”, respondeu Milei.
Se uma espera de 15 anos é uma boa notícia, imagine as más...