Atos em solidariedade ao povo palestino ocorrem neste sábado (13), chamados por representantes de movimentos, entidades, organizações internacionais e partidos políticos. No Dia Mundial de Ação por Gaza, a mobilização deve levar às ruas milhares de pessoas em cidades do mundo inteiro para pedir o fim do genocídio na Palestina pelo Estado de Israel.
No Brasil, os atos foram organizados pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino com o objetivo de realizar ações de conscientização sobre a política colonizadora de Israel.
As manifestações surgem nos primeiros dias de 2024 para denunciar a violência sofrida pelos palestinos, sobretudo os residentes em Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, cerca de 23 mil mortes foram registradas – equivalente a 1% da população total – desde 7 de outubro, data de início dos conflitos entre Israel e Hamas.
Além disso, o corte de acesso de água, luz e gasolina tem dificultado a sobrevivência dos palestinos que estão no local, bem como os ataques israelenses a hospitais. Nas últimas 24 horas, o governo israelense matou 135 palestinos e deixou 312 feridos, segundo a pasta.
Confira os locais e horários dos atos:
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Brasília (DF): início às 9h, na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. O ato foi organizado pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino no Distrito Federal para realizar ações de conscientização sobre a política colonizadora de Israel
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Goiânia (GO): início às 9h na Praça Attilio Corrêa Lima (Praça do Bandeirante)
- Maceió (AL): início às 10h no Calçadão do Comércio, ao lado do antigo Produban
- Natal (RN): início às 16h no shopping center Midway Mall
- Recife (PE): início às 9h no Parque 13 de Maio
- São Paulo (SP): início às 14h no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) e caminhada em direção à Praça Roosevelt
Atos pela Palestina
O primeiro ato em solidariedade à causa palestina reuniu centenas de pessoas dia 10 de outubro em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Curitiba. A manifestação clamou por uma defesa mais ativa das populações palestinas em Gaza e na Cisjordânia. Além disso, tinha como fim denunciar os crimes de Israel e de seu apartheid nesses territórios.
O terceiro ato em defesa da Palestina aconteceu em ao menos 13 capitais de todas as regiões do Brasil e mais de 100 cidades ao redor do mundo, como Bueno Aires, Washington, Berlin e Paris. O ato marcou o Dia Mundial de Solidariedade ao Povo Palestino.
Em novembro, milhares de brasileiros foram às ruas em favor da Palestina em três cidades: São Paulo, Belo Horizonte e em Brasília. As manifestações se somaram à inciativa internacional de atos realizados em Teerã, Londres, Paris, Berlim e Washington, D.C.
Pouco antes do conflito registrar um mês, os manifestantes pediram pelo fim do massacre de palestinos em Gaza, pelo cessar-fogo e pressionaram a comunidade internacional por um maior isolamento contra Israel.
Em São Paulo, 12 mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista e deslocaram-se pra a Praça Roosevelt. Durante o ato, os muçulmanos presentes realizaram a oração do maghrib, a penúltima do dia, em meio ao ato político.
Veja o ato em São Paulo:
Confira o ato em Belo Horizonte:
Em 2024, os protestos se acentuaram com a ação movida pela África do Sul na Corte Criminal Internacional (ICC, na sigla em inglês) que denuncia o estado israelense por genocídio em Gaza. Desde então, a Bolívia e o Brasil endossaram apoio ao país africano.
"A intenção de cometer genocídio é clara no comportamento de Israel ao atacar os palestinos na Faixa de Gaza através do uso de armas que causam destruição generalizada", afirmou o representante sul-africano.
"Israel sujeitou Gaza nos últimos 96 dias ao que foi descrito como a campanha de bombardeamento mais intensa na história da guerra moderna. [...] 70% das vítimas dos bombardeios em Gaza são mulheres e crianças, e cerca de 7.000 palestinos ainda estão desaparecidos sob os escombros."
Em Bangkok, capital da Tailândia, e em Jakarta, capital da Indonésia, manifestantes saíram às ruas pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza. Um grande ato em Londres também ocorreu, diante do aumento da violência imposta por Israel e os ataques dos Estados Unidos no Iêmen.
Leia a nota do Itamaraty sobre o caso
Ações em favor da cessação de hostilidades em Gaza
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, para discutir a situação dos palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, depois de decorridos mais de três meses da presente crise.
O presidente Lula recordou a condenação imediata pelo Brasil dos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023. Reiterou, contudo, que tais atos não justificam o uso indiscriminado, recorrente e desproporcional de força por Israel contra civis.
Já são mais de 23 mil mortos, dos quais 70% são mulheres e crianças, e há 7 mil pessoas desaparecidas. Mais de 80% da população foi objeto de transferência forçada e os sistemas de saúde, de fornecimento de água, energia e alimentos estão colapsados, o que caracteriza punição coletiva.
O presidente ressaltou os esforços que fez pessoalmente junto a vários chefes de Estado e de Governo em prol do cessar fogo, da libertação dos reféns em poder do Hamas e da criação de corredores humanitários para a proteção dos civis. Destacou, ainda, a atuação incansável do Brasil no exercício da presidência do Conselho de Segurança em prol de saída diplomática para o conflito.
À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.
O governo brasileiro reitera a defesa da solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.