GENOCÍDIO PALESTINO

Palestina: cidades do Brasil aderem a atos contra genocídio de Israel

Mobilização global ocorre no Dia Mundial de Ação em Gaza, em solidariedade ao povo palestino, alvo de genocídio do Estado de Israel

Atos pela Palestina serão organizados em ao menos seis cidades brasileiras.Créditos: Pexels e Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr
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Atos em solidariedade ao povo palestino ocorrem neste sábado (13), chamados por representantes de movimentos, entidades, organizações internacionais e partidos políticos. No Dia Mundial de Ação por Gaza, a mobilização deve levar às ruas milhares de pessoas em cidades do mundo inteiro para pedir o fim do genocídio na Palestina pelo Estado de Israel.

No Brasil, os atos foram organizados pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino com o objetivo de realizar ações de conscientização sobre a política colonizadora de Israel.

As manifestações surgem nos primeiros dias de 2024 para denunciar a violência sofrida pelos palestinos, sobretudo os residentes em Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, cerca de 23 mil mortes foram registradas – equivalente a 1% da população total – desde 7 de outubro, data de início dos conflitos entre Israel e Hamas.

Além disso, o corte de acesso de água, luz e gasolina tem dificultado a sobrevivência dos palestinos que estão no local, bem como os ataques israelenses a hospitais. Nas últimas 24 horas, o governo israelense matou 135 palestinos e deixou 312 feridos, segundo a pasta.

Confira os locais e horários dos atos:

  • Brasília (DF): início às 9h, na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. O ato foi organizado pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino no Distrito Federal para realizar ações de conscientização sobre a política colonizadora de Israel

  • Goiânia (GO): início às 9h na Praça Attilio Corrêa Lima (Praça do Bandeirante)

  • Maceió (AL): início às 10h no Calçadão do Comércio, ao lado do antigo Produban
     
  • Natal (RN): início às 16h no shopping center Midway Mall
     
  • Recife (PE): início às 9h no Parque 13 de Maio
     
  • São Paulo (SP): início às 14h no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) e caminhada em direção à Praça Roosevelt

Atos pela Palestina

O primeiro ato em solidariedade à causa palestina reuniu centenas de pessoas dia 10 de outubro em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Curitiba. A manifestação clamou por uma defesa mais ativa das populações palestinas em Gaza e na Cisjordânia. Além disso, tinha como fim denunciar os crimes de Israel e de seu apartheid nesses territórios.

O terceiro ato em defesa da Palestina aconteceu em ao menos 13 capitais de todas as regiões do Brasil e mais de 100 cidades ao redor do mundo, como Bueno Aires, Washington, Berlin e Paris. O ato marcou o Dia Mundial de Solidariedade ao Povo Palestino.

Em novembro, milhares de brasileiros foram às ruas em favor da Palestina em três cidades: São Paulo, Belo Horizonte e em Brasília. As manifestações se somaram à inciativa internacional de atos realizados em Teerã, Londres, Paris, Berlim e Washington, D.C.

Pouco antes do conflito registrar um mês, os manifestantes pediram pelo fim do massacre de palestinos em Gaza, pelo cessar-fogo e pressionaram a comunidade internacional por um maior isolamento contra Israel.

Em São Paulo, 12 mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista e deslocaram-se pra a Praça Roosevelt. Durante o ato, os muçulmanos presentes realizaram a oração do maghrib, a penúltima do dia, em meio ao ato político.

Veja o ato em São Paulo:

Confira o ato em Belo Horizonte:

Em 2024, os protestos se acentuaram com a ação movida pela África do Sul na Corte Criminal Internacional (ICC, na sigla em inglês) que denuncia o estado israelense por genocídio em Gaza. Desde então, a Bolívia e o Brasil endossaram apoio ao país africano.

"A intenção de cometer genocídio é clara no comportamento de Israel ao atacar os palestinos na Faixa de Gaza através do uso de armas que causam destruição generalizada", afirmou o representante sul-africano.

"Israel sujeitou Gaza nos últimos 96 dias ao que foi descrito como a campanha de bombardeamento mais intensa na história da guerra moderna. [...] 70% das vítimas dos bombardeios em Gaza são mulheres e crianças, e cerca de 7.000 palestinos ainda estão desaparecidos sob os escombros."

Em Bangkok, capital da Tailândia, e em Jakarta, capital da Indonésia, manifestantes saíram às ruas pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza. Um grande ato em Londres também ocorreu, diante do aumento da violência imposta por Israel e os ataques dos Estados Unidos no Iêmen.

Leia a nota do Itamaraty sobre o caso

Ações em favor da cessação de hostilidades em Gaza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, para discutir a situação dos palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, depois de decorridos mais de três meses da presente crise.

O presidente Lula recordou a condenação imediata pelo Brasil dos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023. Reiterou, contudo, que tais atos não justificam o uso indiscriminado, recorrente e desproporcional de força por Israel contra civis.

Já são mais de 23 mil mortos, dos quais 70% são mulheres e crianças, e há 7 mil pessoas desaparecidas. Mais de 80% da população foi objeto de transferência forçada e os sistemas de saúde, de fornecimento de água, energia e alimentos estão colapsados, o que caracteriza punição coletiva.

O presidente ressaltou os esforços que fez pessoalmente junto a vários chefes de Estado e de Governo em prol do cessar fogo, da libertação dos reféns em poder do Hamas e da criação de corredores humanitários para a proteção dos civis. Destacou, ainda, a atuação incansável do Brasil no exercício da presidência do Conselho de Segurança em prol de saída diplomática para o conflito.

À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.

O governo brasileiro reitera a defesa da solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.