SUSPENSE NA ARQUEOLOGIA

Restos mortais de "criança-vampira" do século 17 são encontrados na Polônia

"O cadeado [em sua perna] mostra que as pessoas tinham medo da criança morta". Em 2022, uma "mulher-vampiro" foi desenterrada no mesmo cemitério

Esqueleto foi encontrado pela metade, com suspeita de 'túmulo revirado'
Esqueleto foi encontrado pela metade, com suspeita de "túmulo revirado".Esqueleto foi encontrado pela metade, com suspeita de "túmulo revirado"Créditos: Reprodução/Facebook/Lukasz Czyzewski
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Arqueólogos encontraram o esqueleto de uma criança datado do século 17, na Polônia. Durante a escavação em um cemitério no vijarejo de Pien, nos arredores da cidade de Bydgoszcz, foram desenterrados restos mortais de uma "criança-vampiro", sinal de um enterro incomum.

Segundo a Universidade Nicolaus Copernicus (UMK), a análise das camadas do terreno do cemitério, durante as escavações, mostra que a sepultura "foi mexida e o resto do cadáver foi levado". a atmosfera do local se intensifica com a memória do desenterro de uma "mulher-vampira" em 2022.

Como foi encontrado o corpo?

Mesmo com somente a metade inferior do corpo preservada, a criança foi descoberta com um cadeado no tornozelo – ritual de enterro comum na época para evitar que os mortos voltassem ao mundo. De acordo com as estimativas dos arqueólogos, o esqueleto seria de uma criança que morreu com idade de cinco a sete anos.

Ela também estava com a face virada para baixo, de bruços na cova. Um comunicado da universidade, dos pesquisadores que encontraram os restos mortais, diz que "esta disposição do cadáver pode sugerir que o falecido e a sua ‘atividade’ após a morte eram temidos, por exemplo, que mordesse os vivos".

O Instituto de Arqueologia da UMK acrescentou: "Virar a face para baixo deveria fazer com que o falecido mordesse o chão, para que não representasse mais uma ameaça para a população local".

"As crianças mortas eram especialmente temidas pelas pessoas vivas, que supunham que poderiam regressar como fantasmas – e ainda mais se a criança tivesse sofrido uma morte súbita ou incomum."

O arqueólogo da universidade em Torun, Dariusz Polinski, comentou ao portal americano Live Science que "o cadeado [em sua perna] mostra que as pessoas tinham medo da criança morta". Conforme suas informações, ainda não se sabe se a criança é do sexo feminino ou masculino.

Esta não é a primeira vez

A equipe de Polinski liderou escavações em Pien, onde encontraram cerca de 100 sepulturas. O cemitério estaria dentro dos limites sagrados da igreja e portanto, não era um local de sepultamento regular no século 17 – cemitérios de igreja cobravam altos valores para sepultamento em seus domínios territoriais.

O local em que a "criança-vampira" foi encontrada seria onde "almas abandonadas" eram enterradas. O caso é similar ao da mulher desenterrada no ano passado, em uma cova a dois metros de distância da criança.

"Há um ano, nossos cientistas fizeram uma descoberta inovadora neste lugar. Eles localizaram o enterro de uma jovem que rapidamente se tornou conhecida como “vampira” na mídia", publicou a UMK no Facebook.

Esta mulher foi descoberta com uma foice enfiada no pescoço e um cadeado triangular no dedão do pé esquerdo, duas proteções preventivas contra a sua ressuscitação. 

A equipe de Polinski está a espera de uma análise do exame de DNA que possa entregar mais informações sobre a mulher. Contudo, eles já sabem que ela era rica e estava doente: as escavações encontraram fios de ouro em suas roupas e em seu crânio, indicativo que o remédio ingerido continha ouro. 

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