A embaixadora dos EUA em Camberra, Austrália (terra natal de Julian Assange), Caroline Kennedy disse que haveria uma forma de Assange se livrar da extradição aos EUA, onde o aguarda uma condenação anunciada a 175 anos de cadeia.
Em visita ao país, a embaixadora disse que os EUA estariam dispostos a um acordo judicial com Assange, que passaria necessariamente por uma confissão de crime, semelhante ao que ocorreu a um outro australiano, David Hicks, prisioneiro de Guantánamo, enclave dos EUA em Cuba, semelhante à masmorra de Curitiba da Lava Jato, para extrair confissões.
O problema é que Assange teria que ir aos EUA e... esse é o problema. Se você fosse Assange acreditaria em acordo proposto pelos Estados Unidos, que para botar as mãos em Assange inventaram uma testemunha, devidamente pressionada pelo FBI, a mentir contra ele? Os EUA, que via CIA, planejaram seu sequestro e até assassinato? Que grampearam a embaixada do Equador, enquanto ele esteve lá asilado?
Como a testemunha voltou atrás na denúncia e sequestro e assassinato não puderam ser realizados, os Estados Unidos partiram para usar contra Assange o mesmo que a república de Curitiba contra Lula, o lawfare, mantendo Assange sem liberdade desde 2010.
O problema para Assange é que os EUA se mantêm irredutíveis e não aceitam o apelo vindo de todas as partes do mundo pela sua liberdade e talvez tenha que correr o risco de ir aos EUA e mesmo admitir um crime que não cometeu, e então pagar ainda mais alguns anos de cadeia na Austrália, em troca da prisão perpétua nos EUA.
Na prática, Assange está sequestrado pelo governo dos EUA na prisão do Reino Unido em que se encontra, numa solitária e quase incomunicável. Para que sirva de lição aos jornalistas de todo o mundo de que não se pode divulgar crimes dos Estados Unidos.