Durante os dias de angústia em que o veículo submergível Titan ficou desaparecido, muita gente pensou em inúmeras formas dantescas de morte para os cinco ocupantes do aparelho. Pânico generalizado, frio devastador na escuridão, fim do oxigênio, enfim, todo um leque de possibilidades desesperadoras.
No entanto, após a localização dos destroços do Titan pelas equipes de busca, com a ajuda de uma sonda, e a confirmação por parte de técnicos e especialistas de que o submarino sofreu uma implosão, ficou claro que Stockton Rush, Hamish Harding, Shahzada e Suleman Dawood e Paul-Henry Nargeolet morreram em decorrência da pressão colossal que “venceu” o revestimento da embarcação, àquela altura possivelmente a mais de 3.000 metros de profundida.
Mas afinal, numa circunstância dessas, a milhares de metros debaixo d’água, num colapso da estrutura que protegia os ocupantes, como ocorre a morte? De que maneira o corpo humano sofre o baque da troca brutal de pressão e perde a vida?
O médico Dale Molé, que por anos dirigiu o setor de Medicina Submarina e Saúde de Radiação da Marinha dos EUA, disse em entrevista ao jornal britânico DailyMail que com certeza absoluta as mortes foram instantâneas e totalmente indolores, já que, ao não resistir à pressão externa da água, que naquele ponto é mais de 400 vezes maior que ao nível do mar, o submarino simplesmente foi destroçado num piscar de olhos.
“Teria sido tão de repente, que eles nem saberiam que havia um problema ou o que aconteceu com eles. É como estar aqui um minuto, e então o interruptor é desligado. Você está vivo em um milissegundo e no próximo milissegundo você está morto”, explicou Molé.
Para esclarecer melhor como teria ocorrido o colapso por conta da devastadora pressão da água, o médico especialista em prática submarina relata como possivelmente tudo ocorreu, com base nas informações divulgadas pela Guarda Costeira norte-americana até o momento.
“O casco de pressão é a câmara onde residem os ocupantes. Parece que eles chegaram ao fundo quando o vaso de pressão implodiu e, geralmente, quando cede, cede de uma só vez. Ao que consta, foi o cilindro de fibra de carbono que cedeu e resultou na implosão... É impossível um indivíduo sobreviver à experiência. Eles foram feitos em pedaços”, falou.
Quem também comentou a morte dos ocupantes do Titan foi um professor da área de Ecologia das Águas da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, Nicolai Roterman.
“Se houver qualquer tipo de quebra no casco, os ocupantes sucumbem ao oceano em um instante”, afirmou.