Em sua estreia na presidência do Banco dos Brics (NDB), na abertura da 8ª Reunião Anual da instituição financeira, em Xangai, na China, a ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff prometeu fortalecer as economias do Sul Global e trabalhar na diversificação de moedas no comércio internacional.
"O NDB tem como objetivo expandir seu alcance global como uma plataforma que pratica o verdadeiro multilateralismo, contribuindo para que os países do Sul Global tenham suas vozes ouvidas e mais acesso a recursos", disse, sinalizando a expansão do banco nos próximos anos. "Brics deixou de ser um acrônimo e passou a ser um nome, que não significa mais, portanto, os cinco países (Brasil, Rússia, Índia, África do Sul e China), mas significa e compreende todos os países do Sul Global que agora podem integrar e certamente muitos no futuro integrarão o NDB", avaliou.
Segundo Dilma, sua chegada ao banco é uma excelente oportunidade de fazer mais pelos países em desenvolvimentos e as economias emergentes, e, portanto, pelo Brasil. "Apoiamos as estratégias nacionais com vistas à redução de emissão de gases de efeito estufa, financiando energias renováveis, infraestrutura verde e resiliente, na direção de um crescimento de baixo carbono", comentou. Para a ex-presidenta brasileira, o NDB está comprometido a ajudar os países a alcançarem os objetivos do crescimento sustentável. "Os dois primeiros, sendo a pobreza e a fome, bem como garantir aos países condições ou dar apoio a estes países para que cumpram os compromissos do Acordo de Paris".
MOEDAS LOCAIS
Dilma defendeu a possibilidade de que os países que integram o bloco adotem uma moeda única em suas transações comerciais e financeiras. “O mundo está passando por transformação. Não é uma moeda contra outra. Não é discutir. Queremos somar. Vamos continuar a buscar mercado de dólar. Mas vamos considerar que é muito importante o mercado asiático e de moedas locais".
Segundo ela, a tendência pelo uso de moedas locais ganhou força após a crise financeira de 2008 e com a regionalização do comércio e que “o mundo vai transitar para a moeda digital". Vai surgir uma multilateralidade de moedas. E acho que vai surgir essa moeda digital. Se tiver isso, vários países usarão para o comércio", afirmou.
Ao analisar a conjuntura econômica global, Dilma afirmou que a economia mundial está enfrentando os efeitos da inflação alta e das políticas monetárias "que provocam aumento das taxas de juros, produzindo falências bancárias. alavancagem excessiva, aumentando o risco de recessão nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento", observou.
Em entrevista à TV chinesa CGTN, Dilma disse que há no mundo hoje uma grande tendência a promover trocas comerciais em moedas locais, veja: