Novos escândalos de abusos praticados por religiosos contra menores vieram à luz nos EUA. Infelizmente, com décadas de atraso, após anos acobertados por autoridades da Igreja Católica. Ao menos 1.997 menores foram abusados entre 1950 e 2018 por religiosos e funcionários laicos de seis dioceses católicas no estado de Illinois, nos Estados Unidos.
Os crimes constam num extenso relatório apresentado pelo procurador-geral do estado, Kwame Raoul, divulgado nesta terça-feira (23). A investigação detalhada apontou que os casos representam mais de quatro vezes o número divulgado publicamente pela Igreja Católica em 2018. O estado de Illinois identificou 451 abusadores, mas a Igreja tinha apenas divulgado a identidade de 103 membros.
Ao todo, são 696 páginas de depoimentos e dados coletados em uma investigação estadual.
Os suspeitos foram identificados pelas vítimas em depoimento às autoridades. Os investigadores também revisaram mais de 100 mil páginas de arquivos que eram mantidos pelas dioceses e entrevistaram líderes das instituições e seus representantes.
Durante a apresentação do documento, o procurador-geral de Illinois, Kwame Raoul, comentou: “Que este relatório ilumine aqueles que violaram suas posições de poder e confiança para abusar de crianças inocentes.”
Ainda, segundo Kwame Raoul, "foi negada Justiça a centenas de sobreviventes, porque a Igreja não investigou certas denúncias de abuso sexual de menores".
A investigação revelou centenas de novas histórias de horror de abuso sexual infantil nas mãos de padres católicos.
O relatório se concentra em décadas de casos de abuso antigos e novos nas seis dioceses ligadas à Arquidiocese de Chicago, em Illinois: Belleville, Joliet, Peoria, Rockford e Springfield e Chicago.
O procurador-geral também relatou que quase todos os sobreviventes exibiram "alguma forma de problema de saúde mental nos anos após o abuso".
De acordo com a Conferência Católica de Illinois, os católicos representam cerca de 27% da população do estado, acima da média nacional nos EUA.