Uma tragédia está em andamento numa das regiões mais vulneráveis do planeta. Pelo menos 60 pessoas morreram no estado de Rakhine, no oeste de Myanmar (antiga Birmânia), após a passagem do ciclone Mocha, o mais forte da última década, que deixou ainda milhares de pessoas retidas pela subida das águas. Deslizamentos de terra e inundações devem piorar o impacto da tempestade no Golfo de Bengala.
O representante do Programa de Desenvolvimento da ONU em Myanmar disse que a chegada do Mocha coloca "dois milhões de pessoas em risco. Prevê-se que os danos e perdas sejam extensos". De acordo com as agências internacionais, há ainda mais de uma centena de pessoas desaparecidas e mais de setecentas feridas.
O ciclone Mocha atingiu a costa de Bangladesh e de Myanmar no último domingo com ventos de até 210 km/h.
Alguns vídeos não verificados nas redes sociais mostraram as fortes rajadas de vento:
No domingo, Titon Mitra, representante do Programa de Desenvolvimento da ONU em Myanmar, tuítou que 2 milhões de pessoas estavam “em risco” por causa da tempestade.
Rohingya
Organizações não governamentais alertam para o elevado número de mortes entre muçulmanos rohingya. Os rohingya são considerados apátridas em Myanmar, onde não têm direito à cidadania e ao atendimento de saúde. Eles precisam de permissão para deixar suas aldeias em Rakhine. Uma parte dessa minoria vive em acampamentos para deslocados após décadas de conflito. A agência de refugiados da ONU, ACNUR, afirmou que está investigando vários relatos sobre populações rohingya que moravam nesses acampamentos e que aparentemente morreram devido à tempestade.
Bangladesh
Os residentes da costa do Bangladesh começaram a regressar às suas casas, ou ao que resta delas, depois de a poderosa tempestade Mocha ter atingido a costa do país. Cinco pessoas morreram. Cerca de 300 mil pessoas em Bangladesh foram evacuadas antes da tempestade até o meio-dia de domingo, disseram as autoridades locais.