A Petrobras anunciou na manhã desta terça-feira (16) o fim da política de paridade de preços do petróleo, e dos combustíveis derivados, como gasolina e diesel, com o dólar e o mercado internacional.
Pela regra atual – adotada em 2016, no governo de Michel Temer, o preço desses produtos no mercado interno acompanha as oscilações internacionais, ou seja, não há intervenção do governo para garantir preços menores.
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O modelo, seguido à risca pela equipe econômica de Bolsonaro, jogou o preço dos combustíveis nas alturas, provocando, durante o período, variações contínuas nos preços dos combustíveis.
Para o economista da Unicamp, Márcio Pochmann, a medida estabelece uma previsão para os formadores de preços e oferece estabilidade independentemente da oscilação que se verifica no mercado internacional. "Importante que uma empresa pública como a Petrobras volte a estar a serviço de um projeto de nação, favorecendo o seu povo através da ampliação de sua produção e derivados, mantendo preços adequados para um país que tem a sua matriz de transporte ainda fortemente dependente de combustíveis fósseis", analisa.
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A mudança na política de preços da estatal era promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que falava em "abrasileirar" os preços dos combustíveis, referindo-se ao fim da paridade com o mercado internacional.
Consequências
É esperado que ainda nesta terça-feira a companhia anuncie uma redução nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.
No comunicado divulgado nesta terça, por meio de "fato relevante", a Petrobras anunciou o fim desse mecanismo automático.
"Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio", diz.
A empresa ressalta ainda que a mudança visa diminuir o preço nos postos de combustíveis.
"A estratégia comercial tem como premissa preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os
mercados nacional e internacional, levando em consideração a melhor alternativa acessível aos clientes. Essa estratégia permite a Petrobras competir de forma mais eficiente, levando em consideração a sua participação no mercado, para otimização dos seus ativos de refino, e a rentabilidade de maneira sustentável."
No Twitter, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), comemorou a medida. "Nossos combustíveis não serão mais dolarizados", comentou.
Já o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE) disse que a mudança representa uma "grande vitória".