Na última quarta-feira (10), o deputado federal estadunidense George Santos foi preso sob treze acusações de fraude. Nesta quinta-feira (11), ele selou um acordo confessando o crime de estelionato por ter passado cheques sem fundo no Brasil em 2008.
Em documento assinado junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro, o deputado trumpista selou um acordo de não persecução penal (ANPP).
Santos, que nasceu no Brasil e é filho de brasileiros, foi preso por participar de esquemas de pirâmide e por uso indevido de dinheiro de campanha, além de ser investigado por mentir em seu currículo durante a campanha.
Ele foi libertado pela polícia de Nova Iorque por ter pago uma fiança no valor de US$ 500 mil (algo como R$ 2,4 milhões). Ele saiu da cadeia na quinta-feira.
Agora, Santos teve de confessar seus fantasmas do passado com o Ministério Público do Rio de Janeiro. Em 2008, o deputado americano roubou um talão de cheques, se passando por uma pessoa morta, para fazer compras em uma loja na capital fluminense. Uma das aquisições foi de R$ 2.144, que, em valores corrigidos, supera os R$ 4.800.
Para evitar o processo e não ser detido, Santos vai pagar R$ 10 mil a entidades de caridade e R$ 14 mil para o funcionário que teve de arcar com o prejuízo do cheque sem fundo.
Durante os anos 2000, George Santos fazia a arte de drag queen e era conhecido como Kitara Ravache, sendo uma figura assídua da comunidade LGBTQIA+ niteroiense.
Contudo, duas décadas depois, Santos foi eleito sob uma plataforma extremamente conservadora e anti-LGBTQIA+. Trumpista, faz parte da ala mais radical do Partido Republicano na Câmara dos Representantes dos EUA.
A cassação de Santos pode virar um fato caso o parlamentar seja condenado, segundo Kevin McCarthy, que não pretende pautar sua remoção tão cedo.