No último domingo (2) o Street Food Bar No1, localizado em área nobre de São Petersburgo, na Rússia, foi alvo de um ataque a bomba que vitimou o blogueiro militar pró-Putin Vladen Tatarsky. O blogueiro fazia uma palestra quando recebeu um busto de presente da jovem Darya Trepova, de 26 anos. Ao abri-lo, acionou o explosivo. O blogueiro morreu, 32 pessoas ficaram feridas e a ativista antiguerra foi presa. Autoridades russas confirmaram a detenção nesta segunda-feira (3).
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Tatarsky, que na verdade se chama Maxim Fomin, foi correspondente no front na Guerra da Ucrânia e fazia propaganda aberta da Rússia contra a nação vizinha, tendo dito numa cerimônia no Kremlin, recentemente, que “era necessário derrotar, matar e roubar todos, como os russos gostam de fazer”.
Segundo as autoridades russas, 32 pessoas ficaram feridas, das quais 19 delas precisaram de internação em hospitais da região - 8 em estado grave. Vídeos registrados por transeuntes e disponibilizados nas redes sociais mostram algumas pessoas ensanguentadas perambulando do lado de fora do bar, enquanto um homem estirado e aparentemente inconsciente está no chão.
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O proprietário do Street Food Bar No.1, Yevgeny Prigozhin, é o fundador e dono do Grupo Wagner, uma unidade de elite privada formada por mercenários que atuam contratados pelo governo da Rússia em alguns países, sobretudo na Ucrânia.
Quem é Darya Trepova
Não sabe muito a respeito de Darya e até mesmo o seu casamento com Dmitry Rylov foi taxado como uma “brincadeira” para a imprensa russa por conhecidos do casal. Eles seriam apenas amigos. De acordo com a BBC, uma pessoa próxima a ela relatou que Darya estudou em Pushkin, uma cidade próxima a São Petersburgo. Não há maiores informações sobre quais cursos teria feito ou ainda se chegou a completar os estudos. A mesma fonte afirmou que Darya trabalhou em uma loja de roupas vintage de São Petersburgo e se demitiu cerca de um mês atrás para se mudar para Moscou.
Ela e seu marido, que seria membro de um pequeno grupo de oposição a Putin chamado 'Partido Libertário', chegaram a ser presos em manifestação antiguerra em 24 de fevereiro de 2022, quando apenas começava a guerra da Ucrânia. Nesse momento ela passou a ser reconhecida como uma ativista antiguerra.
Para a ação que tirou a vida de Tatarsky, Darya construiu o busto do blogueiro com um explosivo inserido em seu interior e embrulhou para presente. Chegou a ser impedida de entrar no evento por seguranças, mas depois de explicar ao próprio Tatarsky que se tratava de um busto seu, deixaram-na passar.
Darya foi detida pelas autoridades russas após a explosão. Em vídeo, ela teria confessado a entrega da estátua explosiva de presente ao blogueiro, mas não explicou os motivos. O governo russo acusa a Ucrânia e o opositor Alexey Navalny de estarem por trás do ataque. O Ministério da Defesa da Ucrânia negou envolvimento no atentado.
Seu marido acredita que ela tenha sido laranja de terceiros. “Acredito que minha esposa foi incriminada. Tenho certeza que ela nunca seria capaz de fazer algo assim sozinha”, declarou Rylov à SVTV News.