Ann Marie Guerra e Victor Falcon trabalhavam juntos numa delegacia de polícia de Nova York, nos EUA, até que em 7 de outubro de 2018 as coisas mudaram totalmente. A investigadora costumava deixar suas roupas íntimas num vestiário unissex da unidade, mas o companheiro não gostava do hábito e um dia resolveu reclamar com ela.
Irada com o pedido de Falcon, que foi bem direto ao dizer que “não aguentava mais ver suas calcinhas sujas jogadas pelo banheiro”, Ann Marie pegou a lingerie que tinha retirado antes de tomar banho, esfregou-a na cara do colega de trabalho e enfiou-a quase que totalmente na boca do rapaz, que ficou em estado de choque diante da agressão. Ela ainda teria gritado algo como “viu como ela está limpa, porra?”.
O episódio tomou grandes proporções e acabou se espalhando por todo o famoso NYPD (New York Police Departament), onde Falcon foi apelidado de “mastigador de calcinhas”. Ann Marie tinha um cargo superior em relação a Falcon e já era uma figura bem mais influente que ele. A partir daí, o homem precisou tirar uma licença e depois passou a ser colocado em cargos totalmente burocráticos, em horários e turnos péssimos, que inclusive não o permitiam visitar a filha pequena.
Enquanto Falcon ficou numa sala carregando papéis numa delegacia de narcóticos do Brooklin, Ann Marie continuou seu trabalho como investigadora nas ruas, para finalmente, após cinco anos do trágico episódio, receber uma promoção ao cargo de sargento supervisora. De quebra, ela ainda receberia US$ 2 mil a mais por mês no salário (aproximadamente R$ 9,8 mil).
O problema, para azar dela, é que Falcon passou a questionar a promoção da sargento, sua antiga chefe que o humilhou, e levou o caso para frente. Um processo no próprio NYPD foi aberto, assim como uma ação na Justiça Federal dos EUA, no qual o homem acusava a então superior de tê-lo humilhado e usado isso para se promover e subir de cargo. Ele inclusive quer uma indenização como compensação financeira por ter tido sua carreira congelada e degradada depois do bizarro episódio, assim como por razões de danos morais.
Embora o NYPD tenha confirmado até duas semanas atrás a promoção de Ann Marie, esta semana o órgão policial da maior cidade dos EUA se manifestou informando que a subida de posto da policial estava suspensa e que o inquérito voltaria a tramitar internamente.