O Papa Francisco, que está internado em um hospital de Roma, na Itália, para tratar de uma infecção respiratória, disse em uma entrevista gravada antes da hospitalização e divulgada nesta quinta-feira (30) pelo canal C5N, da Argentina, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-presidenta Dilma Rousseff são inocentes - no caso do primeiro, com relação à condenação que o levou à prisão e, no caso da segunda, sobre o golpe que a retirou do poder através de um processo de impeachment.
A fala do pontífice sobre Lula e Dilma se deu quando o entrevistador o questionou sobre o lawfare, conceito que trata manipulação das leis para punir, sob o suposto amparo constitucional, oponentes políticos.
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"O lawfare abre caminho nos meios de comunicação. Deve-se impedir que determinada pessoa chegue a um cargo. Então, o pessoal os desqualifica e metem ali a suspeita de um crime. Então, faz-se todo um sumário, um sumário enorme, onde não se encontra [a prova do delito], mas para condenar basta o tamanho desse sumário. 'Onde está o crime aqui?' 'Mas, sim, parece que sim...' Assim condenaram Lula", declarou o Santo Padre.
Em outro momento, o jornalista disse que "inocentes são condenados" e Francisco, mais uma vez, questionou a condenação que levou Lula à prisão e que depois foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo fato do ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (UB-PR) ter sido considerado suspeito e parcial. "No Brasil, isso [condenar inocentes] aconteceu nos dois casos", afirmou, se referindo a Lula e também a Dilma Rousseff.
Especificamente sobre a ex-presidenta, o religioso afirmou que Dilma tem "mãos limpas" e que é "uma mulher excelente". "Não puderam [comprovar que ela tenha cometido irregularidades]. Uma mulher de mãos limpas, uma excelente mulher", atestou.