Uma manifestação com milhares de pessoas foi realizada neste domingo (26) em Tel Aviv, Israel, contra as medidas autoritárias propostas pelo governo de Benjamin Netanyahu (Likud) e a coalizão de extrema-direita que comanda o país.
O primeiro-ministro Bibi e seus apoiadores apoiam uma mudança no judiciário para alterar o método de nomeação de ministros da Suprema Corte e em outros tribunais do país.
Analistas afirmam que Netanyahu apoia a medida por ser julgado em casos de corrupção e para aumentar seu poder; a extrema-direita religiosa enxerga as varas como barreiras para impor pautas conservadoras no país.
A nova lei já foi aprovada em dois turnos, mas tem sido reprovada por uma grande parcela da manifestação, que tem feito manifestações enormes em Jerusalém, Haifa, Tel Aviv e Beersheba.
Cerca de 630 mil pessoas participaram dos protestos; são cerca de 7% da população de Israel. Em equivalência, é como se 15 milhões de brasileiros fossem às ruas em um só dia.
O Ministro da Defesa do governo de Bibi criticou a medida e foi prontamente demitido pelo primeiro-ministro, que insiste na manutenção da política. Analistas temem que, em caso de aprovação, Israel se torne uma virtual autocracia fundamentalista judaica.
Confira imagens das manifestações de hoje:
Nesta imagem, é possível ver membros da polícia de Tel Aviv marchando junto com os manifestantes:
Risco de guerra civil?
O Ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, anunciou que, sem o fim das manifestações, será iniciada uma campanha com militantes kahanistas em defesa das medidas de Bibi.
Os kahanistas são considerados extremistas radicais dentro de Israel e até os EUA consideram a organização como "terrorista". Ben Gvir, que se autodeclara um seguidor do kahanismo, foi um dos políticos que invadiu a região da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, para pedir a expulsão dos palestinos da região.
Um ex-chefe das Força Aérea de Israel, Eitan Ben-Eliahu, avaliou que Netanyahu "declarou guerra civil" ao insistir na medida. Até a hora de publicação dessa matéria, os protestos não pararam no país.