34 migrantes estão mortos ou desaparecidos após dois barcos naufragarem na costa da Tunísia neste domingo (26). No intervalo de uma hora, duas embarcações afundaram nas proximidades do porto de Sfax.
Os imigrantes iam em direção à Itália, que fica a cerca de 300 quilômetros da cidade costeira e a 200 quilômetros de Tunis, capital do país.
Segundo informações do diretor Fórum Tunisiano de Direitos Econômicos e Sociais (FTDES), Romdhane Ben Amor, 19 imigrantes eram oriundos da África Subsaariana.
A corte de Sfax afirma que haviam nacionais de Congo, Camarões, Nigéria, Costa do Marfim e Guiné, Serra Leoa, Síria, Tunísia, Marrocos e Burkina Faso.
Outras 67 pessoas desapareceram tentando fazer uma migração ilegal pela Tunísia na última semana, segundo Romdhane Ben Amor.
A Tunísia é um das principais rotas em direção à Europa para imigrantes oriundos da África. Recentemente, o presidente do país, Kais Sayed, anunciou uma cruzada contra os imigrantes subsaarianos no país.
As denúncias que correm na imprensa afirmam que autoridades governamentais confiscaram o motor do barco que naufragou e causaram o naufrágio.
O país possui o 4º maior Índice de Desenvolvimento Humano do continente. Muitos refugiados que passariam pela Tunísia para ir à Europa acabaram ficando no país, mas, recentemente, Sayed anunciou que iria intensificar leis anti-imigração no país.
As novas medidas, somadas à escalada dos conflitos de jihad na região do Sahel e ao aumento de preços na região austral da África fez com que as ondas migratórias voltassem a crescer no ano de 2023.
Dados do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) mostraram mais de 3 mil mortes ou desaparecimentos relacionados à travessia África-Europa via águas do Mediterrâneo.