O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma chamada de vídeo nesta quinta-feira (2) com seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky. Em seu perfil oficial no Twitter, o chefe de Estado brasileiro informou que deixou claro ao representante de Kiev que estará empenhado a todo momento em conversar com qualquer liderança internacional nos esforços para construir a paz entre Ucrânia e Rússia, cuja guerra devastadora já se arrasta há um ano.
“Tive uma reunião por vídeo agora com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Reafirmei o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção da paz e do diálogo. A guerra não pode interessar a ninguém”, escreveu Lula.
O Palácio do Planalto informou que durante o diálogo Lula deixou expresso que “defende a unidade territorial da Ucrânia”, argumentando que tal posição ficou clara com o voto do país na ONU durante a aprovação de uma resolução que versava sobre o assunto.
Ainda em relação à cooperação multilateral para pôr fim à guerra, o brasileiro disse ao presidente ucraniano que já conversou com os líderes de França, EUA e Alemanha e que em breve tratará disso com Xi Jinping, na visita que fará à Rússia, e também com Vladimir Putin, o mandatário russo.
Mensageiro da paz
Figura altamente reconhecida na comunidade internacional como pacifista e dada ao diálogo entre as nações, Lula nunca escondeu seu desejo de participar de uma iniciativa que ponha fim à guerra entre Ucrânia e Rússia. Desde sua posse já existia um pedido do presidente ucraniano para uma conversa com o mandatário brasileiro. A oferta ganhou corpo depois de uma reunião realizada em meados de fevereiro na qual estiveram presentes os chanceleres dos dois países.
Além disso, em abril, o chanceler russo, Sergei Lavrov, deve fazer uma visita ao país. O Kremlin informou na última semana, por meio de um pronunciamento do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, dado à agência Tass, de que a proposta enviada por Lula está sendo considerada e analisada por Moscou, em que pese a retórica russa de construir a paz com base “na evolução da situação no terreno”, ou seja, levando em consideração os avanços ou retrocessos das tropas russas no território ucraniano.