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VÍDEOS: Afinal, o que são as ‘luzes de terremoto’ que intrigam cientistas

Há inúmeros relatos e registros de uma luminosidade que clareia os céus antes e durante um sismo. As imagens são impressionantes, mas a ciência diverge sobre fenômeno

Suposta "earthquake light" no México, em 2022.Créditos: YouTube/Reprodução
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Sempre que ocorreram terremotos, sobretudo de os de grande magnitude, como os dois tremores ocorridos na Turquia e na Síria nesta segunda-feira (6), que até o momento deixam um rastro destruição de milhares de mortos, número que aumenta a cada hora, um assunto relacionado a esse tipo de desastre natural é retomado: as “luzes de terremoto”, nome traduzido do inglês para “earthquake lights”, também referido pela sigla “EQL”.

O fenômeno consiste na aparição de uma luminosidade misteriosa nos céus próximos à região onde está o epicentro de um terremoto. Normalmente as luzes aparecem antes do tremor, mas há também registros da incidência luminosa durante e até depois do sismo.

Em vias gerais, dois tipos de fenômenos são descritos por quem presencia as tais “luzes de terremoto”. Alguns relatam um clarão semelhante ao de um relâmpago, mas sem o estrondo comum nesses casos e muitas vezes num condição climática onde sequer há nuvens ou chuva. Já outros registros e depoimentos dão conta de uns flashes, muitas vezes coloridos, muito semelhantes a uma aurora boreal.

O USGS (United States Geological Survey), o Serviço Geológico dos Estados Unidos, um dos órgãos mais respeitados da área no mundo, traz em seu site oficial uma página sobre o fenômeno. Os cientistas do USGS confirmam que os relatos e imagens dessas “EQL” de fato circulam há muitos anos, sempre referindo-se a “relâmpagos, bolas de luz, flashes e brilhos constantes” que são avistados na ocorrência de um terremoto, notados especialmente à noite, por razões óbvias, já que de dia são quase imperceptíveis.

No entanto, o USGS diz que para muitos de seus pesquisadores e cientistas associados à instituição, não é possível confirmar que essas luzes estejam ligadas à ocorrência de um cismo, ao passo que para outros, muitos dos registros, mas não todos, realmente comprovariam a conexão entre um terremoto e as luzes. O Serviço Geológico dos Estados Unidos afirma que muitos pesquisadores creem que o fenômeno esteja de fato ligado à área próxima onde ocorrem choques e falhas nas placas tectônicas, o que resulta num grande terremoto, embora outros estudiosos do tema acreditem em grandes danos em linhas de transmissão de energia, distantes, que poderiam produzir tal luminosidade.

Num documentário da National Geographics sobre as “EQL”, de 2014, Friedemann Freund, que é professor adjunto de Física da San Jose State University, da Califórnia, nos EUA, que é também pesquisador sênior do Centro de Pesquisa Ames, da NASA, explicou que as formas muito diferentes como se manifestas dificultam uma linha de estudo sobre as “luzes de terremoto”, já que os registros e relatos apontam para “formas e cores distintas”.

Uma equipe chefiada por Freund realizou um estudo com 65 casos desse fenômeno, muitos registrados apenas por escrito, como em terremotos ocorridos até 400 anos atrás, além de muito material fotográfico e vídeos de sismos mais recentes. Tudo foi publicado na conceituada Sismological Research Letters, uma revista científica sobre pesquisas na área de tremores de terra.

Freund e os demais acadêmicos creem que de fato algum fenômeno ocorre nesses casos e ele estaria atrelado, segundo o que foi teorizado pelo grupo, a uma descarga elétrica que se ativa em determinados tipos de rochas no momento em que a atividade sísmica se inicia. Para facilitar a compreensão, eles dizem que, numa analogia, seria como ligasse uma bateria na crosta terrestre.

Foram fundamentais para o desenvolvimento desta teoria, que ainda carece de mais dados e estudos que a comprovem, os registros fotográficos e de vídeo de três grandes terremotos: o de Quebec, no Canadá, em 1988, o da cidade de Pisco, no Peru, em 2007, e o de L’Aquila, na Itália, em 2009, onde luzes fortes foram notadas e registradas até 11 dias antes da ocorrência do primeiro tremor perceptível.

Veja os vídeos com registros do tipo: