Um homem negro estadunidense passou quase 28 anos na cadeia por um assassinato que não cometeu. Nesta terça-feira (14), Lamar Johnson, hoje com 50 anos, teve sua condenação anulada no Missouri (EUA). Ele deixou o tribunal de St. Louis como um homem livre, depois de uma decisão do juiz David Mason.
O magistrado relatou que agiu após duas testemunhas forneceram “evidências claras e convincentes” de que Lamar era inocente. Ele havia sido condenado à prisão perpétua pela morte de Marcus Boyd, em 1994.
Ao ouvir a decisão, enquanto apoiadores o aplaudiam, Lamar resumiu seu sentimento: “Isso é emocionante”, disse, de acordo com informações da BBC.
Em 2022, o advogado Kim Gardner apresentou uma moção para tentar a libertação de Lamar, depois de conduzir uma investigação em conjunto com a organização legal sem fins lucrativos Innocence Project.
Depois da audiência, a equipe jurídica do inocentado criticou o gabinete do procurador-geral do estado, que pressionou para mantê-lo na prisão. “Eles nunca pararam de alegar que Lamar era culpado e pretendiam vê-lo definhar e morrer na prisão”, destacaram os advogados. Um porta-voz do procurador-geral informou, por e-mail, que não haverá mais qualquer ação da procuradoria neste caso.
O Innocence Project revelou que, conforme determina a legislação estadual, Lamar Johnson não pode processar o Estado por suas quase três décadas na prisão. O grupo criou uma página de crowdfunding para auxiliá-lo a começar sua nova vida do lado de fora da prisão.
Como foi o crime
Marcus Boyd foi assassinado a tiros por dois homens mascarados na varanda da residência de Lamar Johnson, em outubro de 1994. Na ocasião, o acusado afirmou, várias vezes, que não estava em casa quando o houve o crime.
O juiz Mason tomou sua nova decisão após uma testemunha ter alterado seu depoimento e um preso confessou que atirou em Boyd junto com outro suspeito, Phil Campbell.