EUROPA

Irmãs gêmeas vendidas na infância se reencontram depois de duas décadas pelo TikTok

Reencontro entre gêmeas causou comoção nas redes e traz debate sobre redes de tráfico humano

Gêmeas que não se conheciam viralizam nas redesCréditos: Reprodução/Instagram
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Ano Sartania e Tako Khvitia, nasceram no dia 20 de junho de 2002 do mesmo ventre, mas viveram quase 20 anos sem saber que eram irmãs g?meas.

Aza Shoni, a mãe das crianças, ficou em coma após o parto. O pai das crianças decidiu vender uma das irmãs em um esquema de tráfico internacional de crianças;

19 anos depois, Ano viu um vídeo no TikTok de uma garota parecida com ela, compartilhou nas redes sociais e foi reconhecida por uma amiga de Tako.

Confira um vídeo de Ano e Tako juntas:

@sartaniaanoo

Dumb and dumber

? Friesenjung - Joost & Ski Aggu

As gêmeas, então, descobriram que foram separadas ao nascer.

Ano foi criada em Tbilisi, capital da Geórgia, enquanto Tako cresceu em Zugdidi, no interior do país ex-soviético. 

Elas chegaram a competir juntas aos 11 anos em um concurso de dança, mas a conexão não foi percebida devido ao extraordinário parecido físico.

O reencontro ocorreu dois anos atrás, e as irmãs sentiram familiaridade. Confirmaram o vínculo biológico por meio de teste genético, mas se recusaram a conhecer o pai biológico.

"Quando a abracei, senti uma sensação de familiaridade. Depois, a voz, era como se eu já soubesse qual era a sua voz", disse Ano ao jornal italiano La Reppublica.

"Sempre tive a sensação de que alguém me seguia por toda parte. Todos os dias, tinha o mesmo sonho com uma menina vestida de preto fazendo perguntas sobre minha rotina diária", completou.

Rotas de tráfico humano

O tráfico humano de crianças é um problema "invisível" no mundo. Vendas de bebês, trocas de crianças e outras questões são riscos conhecidos por todos, mas a sua detecção e investigação é um grande problema ao redor do planeta.

Dados da ONU estimam que, após a pandemia de covid-19, as informações sobre a quantidade de pessoas traficadas caiu, em especial entre crianças. Contudo, a queda está mais motivada por uma incapacidade de monitoramento dos governos do que, necessariamente, por uma redução nos esquemas de tráfico humano.

Com o aumento da fome e da crise econômica em especial em países de terceiro mundo, o tráfico humano tem se estendido para redes de violência contra a mulher e até escravização, sendo a troca de crianças uma parte minoritária, mas importante, das redes de tráfico humano internacional.