QUER SER DITADOR?

VÍDEO: Milei inicia repressão similar à ditadura e povo vai às ruas na Argentina

Presidente recém-empossado sufoca manifestações e acompanha junto às forças de segurança a tensão que toma Buenos Aires. Imprensa compara ações ao regime de Videla

Créditos: YouTube/Reprodução
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A Argentina virou um barril de pólvora. Após a posse do novo presidente, Javier Milei, de extrema direita, há 10 dias, e dos primeiros anúncios econômicos que lançaram a população num cenário ainda mais dramático, o primeiro grande protesto de rua foi convocado para esta quarta-feira (20), dias depois de o mandatário anunciar que não permitirá qualquer tipo de manifestação de rua. A data marca o fim do trágico governo do presidente Fernando de la Rúa, em 2001, cujas tensões resultaram na morte de 39 pessoas naqueles conturbados dias ocorridos há 22 anos.

A veia autoritária de Milei não era segredo para ninguém, mas o fato é que a ordem para reprimir todo e qualquer ato de rua rendeu ao descabelado chefe de Estado comparações com o regime ditatorial sanguinário que vigorou no país por oito anos (1976-1983), liderado a maior parte do tempo pelo genocida Jorge Rafael Videla.

A partir das 14h de hoje, milhares de argentinos passaram a se concentrar em ruas próximas ao centro do poder de Buenos Aires, a poucas quadras da Praça de Maio e da Casa Rosada, sede da Presidência da Nação. O que se viu, desde então, foi uma presença massiva de agentes de segurança de várias esferas, vestidos com uniformes de confronto e carregando escudos. Caminhões blindados antidistúrbio também circulam pelas ruas da capital argentina e o clima de tensão só aumenta.

A imprensa local transmite ao vivo o desenrolar da crise autoritária desatada por Milei, colocando no ar figuras de relevo no cenário político do país vizinho, que de forma unânime acusam o presidente de agir de forma autoritária, truculenta e antidemocrática. O próprio Milei, aliás, parece não estar muito preocupado com a pecha de “ditador” que está sendo pregada em sua testa, uma vez que o líder de extrema direita compareceu a uma sala de controle e comando das forças de segurança para acompanhar em tempo real o desenrolar dos fatos.

Mais cedo, um ônibus foi parado por unidades da Gendarmeria Nacional na localidade de Pilar, na Região Metropolitana de Buenos Aires, e os 30 passageiros, sob o argumento de que seriam “supostos manifestantes”, foram detidos pelos agentes e conduzidos a uma delegacia, o que foi considerado amplamente um ato de repressão ilegal e arbitrário.

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