MICHEL GHERMAN

"Sionistas de esquerda" tentam associar padre Júlio Lancellotti ao Hamas

Carta assinada por sionistas confronta líder católico por defesa dos palestinos; Michel Gherman pediu para sair da nota

Padre Júlio Lancellotti ao lado do xeque Rodrigo Jalloul, líder religioso xiita
Padre Júlio Lancellotti ao lado do xeque Rodrigo Jalloul, líder religioso xiitaCréditos: Reprodução/Instagram
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Uma carta escrita por um grupo chamado "Sionistas de Esquerda" foi publicada nesta terça-feira (7) tentando associar o Padre Julio Lancellotti ao Hamas.

O pároco, perseguido pela extrema-direita, esteve presente no ato em defesa da causa palestina realizado no último sábado (4), na Avenida Paulista, em São Paulo.

A manifestação, que contou com judeus, muçulmanos, cristão, ateus e membros de outras comunidades religiosas, foi marcada por ser um dos maiores atos pró-Palestina da história do nosso país.

O grupo 'Sionistas de Esquerda', porém, criticou a presença do pároco no protesto. "Lamentamos profundamente a presença do Padre Lancellotti na manifestação que ocorreu na Avenida Paulista em 04/11/2023 em que se apresentavam bandeiras do grupo terrorista Hamas e também imagens da Estrela de Davi (simbolo que representa o povo judeu como um todo) com uma cruz suástica dentro", diz a nota.

"Espera-se de uma figura tão representativa e atuante no movimento de Direitos Humanos, que demonstre o mesmo fervor com relação ao massacre de cerca de 1400 israelenses, em sua maioria civis, entre eles bebês, jovens, mulheres, crianças e idosos, contemplando a história em sua totalidade, e não de forma parcial e sobretudo ofensiva, como realizou-se na manifestação mencionada. Esperamos que Padre Lancellotti se manifeste e denuncie o terrorismo do Hamas", continua a nota.

O grupo ainda pede Júlio "reconheça o direito de Israel a existir em paz e segurança e condene o antissemitismo galopante em todo o mundo, sobretudo no Brasil. E que possam os iniciar com ele e a Igreja Católica um diálogo producente e justo", completa.

Gherman sai da carta

Horas depois da publicação da carta e das críticas contra o conteúdo do documento, Michel Gherman, professor da UFRJ e um dos principais nomes do sionismo de esquerda - tema questionado pela comunidade árabe-palestina -, que consta entre os assinantes da carta, recuou.

"Esclarecimento: Eu e Meretz Brasil solicitamos a imediata.retirada de nossos respectivos nomes da carta endereçada ao @pejulio [Padre Júlio Lancellotti] relacionada à sua participação em uma manifestação. Na busca por um mundo melhor o diálogo é o melhor caminho", disse Gherman no Twitter.

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