Nas primeiras horas desta quinta-feira (2), foi autorizada a saída de 576 pessoas da Faixa de Gaza. Destas, 400 são americanas. Segundo o embaixador do Brasil na Cisjordânia, Alessandro Candeas, nenhum brasileiro foi autorizado a sair.
Foram autorizadas a sair de Gaza estrangeiros do Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka e Chade.
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Há 34 pessoas inscritas no enclave para repatriação pelo Itamaraty: 18 na cidade fronteiriça de Rafah, que liga a faixa ao Egito, e 16, a 10 km de distância, em Khan Yunis.
O fato gerou desconfiança entre autoridades do governo brasileiro de que a atitude seria uma retaliação às duras críticas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito à Israel, sobretudo às mortes de crianças no conflito. Ele chegou a usar a palavra "genocídio" para definir o que ocorre em Gaza.
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Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha, a diplomacia brasileira descartou a possibilidade de retaliação.
Palestinos com nacionalidade da Alemanha, da França e da Inglaterra também não conseguiram ainda autorização de Israel e do Egito para atravessar a fronteira. Essa seria uma prova, para os diplomatas, de que não haveria retaliação, pois os três países são aliados de Israel.
Lula acompanha situação de perto
O presidente Lula monitora pessoalmente a situação dos cerca de 30 brasileiros que tentam sair de Gaza por terra, via fronteira do Egito.
Além de buscar contato direto com os presidentes de Israel e do Egito, ele passou a acompanhar por meio da chancelaria o andamento das expectativas sobre uma eventual saída do local.
Pressão de Biden
A imensa maioria de americanos da lista ocorreu após pressão pessoal do presidente Joe Biden. Ele postou na véspera, quando o acordo passou a valer com a saída de ao menos 320 pessoas de Gaza, que a decisão havia acontecido após sua gestão sobre as autoridades.
"Eu acho que nós precisamos de uma pausa. Uma pausa nos dá tempo para tirar os prisioneiros", afirmou Biden na noite de quarta (1º) ao responder a um apoiador que se disse rabino num comício de pré-campanha à reeleição. Ele se referia aos 240 reféns que o Hamas tomou, segundo Israel, há quase um mês. O grupo diz que 57 deles morreram em bombardeios de Tel Aviv.