GAZA

Bomba Suja sobre Gaza, uma adaptação do poema de Ferreira Gullar para a realidade palestina

O poeta Ferreira Gullar trouxe a realidade para a poesia ao introduzir a palavra diarreia em seu A Bomba suja. Agora entra no poema audiovisual a palavra genocídio para descrever os horrores de Gaza

Créditos: Imagem: Antonio Mello
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Quando escreveu seu poema Bomba Suja, o poeta Ferreira Gullar trouxe para o campo da poesia, tradicionalmente ligado à beleza, a sujeira da diarreia, que matava milhares de crianças todos os anos no Brasil, causada pela desnutrição.

O problema hoje não é tão agudo quanto já foi, principalmente pelos programas sociais, como o Bolsa Família.

Hoje estamos assistindo à morte de crianças aos milhares no massacre palestino em Gaza e fiz esta adaptação reduzida do poema de Gullar, introduzindo na poesia não a palavra diarreia, o que já foi feito por ele, mas outra bomba suja na palavra genocídio.

Trecho do poema de Ferreira Gullar, A Bomba Suja.

 

Introduzo na poesia
a palavra diarreia.
Não pela palavra fria
mas pelo que ela semeia
Quem fala em flor não diz tudo.
Quem me fala em dor diz demais.
O poeta se torna mudo
sem as palavras reais.
No dicionário a palavra
é mera ideia abstrata.
Mais que palavra, diarreia
é arma que fere e mata.
Que mata mais do que faca,
mais que bala de fuzil,
homem, mulher e criança
no interior do Brasil.

 

E a adaptação para o genocídio palestino em Gaza.

 

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