A fronteira de Israel com o Líbano está prestes a explodir, uma escalada no enfrentamento entre Israel e o Hamas.
Por enquanto, as escaramuças entre Israel e o Hezbollah são limitadas à faixa da fronteira.
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Seria um passo a mais no que está se tornando rapidamente uma guerra regional.
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel já bombardeou a Síria e o sul do Líbano.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, durante conversa telefônica com seu colega sírio Faisal Mekdad, disse que os ataques de Israel à Síria são "inadmissíveis".
Tel Aviv alega que reagiu a ataques com foguetes contra as colinas de Golã, território da Síria sob ocupação israelense.
Os ataques teriam partido da cidade fronteiriça de Daraa.
Há alguns dias, Israel atacou os aeroportos de Damasco e Aleppo, na Síria, alegando que são pontos de trânsito para armamento.
ESCALADA
Nas últimas horas, pela primeira vez o Hezbollah usou drones carregados de explosivos para atacar uma base militar de Israel nas fazendas de Shebaa, uma faixa de terra de pouco mais de 20 quilômetros quadrados.
Israel anexou a área, reivindicada pelo Líbano.
As Brigadas Qassam, braço armado do Hamas, reinvindicaram um ataque à cidade israelense de Qiryat Shemona.
Israel, por sua vez, bombardeou vários alvos no sul do Líbano controlado pelo Hezbollah.
Também operam lá, sob o guarda-chuva do Hezbollah, as Brigadas Al Quds, da Jihad Islâmica Palestina, e al-Jamaa al-Islamiya, um grupo sunita ligado à Irmandade Muçulmana.
Este, em si, é um fato extraordinário, por se tratar de uma aliança entre sunitas e xiitas.
Em 2006, o Hezbollah e Israel travaram uma guerra de um mês que causou devastação no Líbano.
Tel Aviv despejou milhares de mísseis e bombas sobre território libanês, especialmente nas três áreas controladas pelo Hezzbolah: sul do país, vale do rio Bekaa e em bairros da capital, Trípoli.
Um cessar-fogo negociado nas Nações Unidas pôs fim ao conflito.
Até hoje uma força de paz da ONU atua na chamada "linha azul".
Desde então vários fatos importantes aconteceram, mudando o cenário político e militar na região:
A guerra civil na Síria demoliu e enfraqueceu um regime inimigo de Israel; Tel Aviv construiu um muro de 130 quilômetros na fronteira com o Líbano para evitar incursões por terra do Hezbollah e aliados; o Hezbollah reforçou seu arsenal de drones, mísseis e foguetes e teria condições de atacar o porto de Haifa, o mais importante de Israel, paralisando a economia; Israel implantou distintos sistemas anti-mísseis com tecnologia de ponta cedida pelos Estados Unidos.
Amanhã, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, fará o primeiro discurso desde o ataque do Hamas em 7 de outubro.
Ele está sob forte pressão do próprio governo do Líbano, do qual o Hezbollah faz parte, para não declarar guerra a Israel, uma vez que a situação econômica do país é devastadora.
Hezbollah rockets strike Kiryat Shmona pic.twitter.com/3ALRuSjjTr— Iran Observer (@IranObserver0) November 2, 2023