PRECONCEITO

Efeito Netanyahu: Explodem manifestações de ódio aos judeus na Europa

Cresce assustadoramente uma onda de ataques a judeus na Europa, desde o 7 de outubro com o ataque do Hamas e a resposta cruel de Israel. Por enquanto apenas com pichações e vandalismos

Créditos: Charge do Aroeira
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É verdade que o preconceito contra os judeus sempre foi uma questão presente na Europa. Tanto que eles inventaram Israel para ver se os judeus todos saíam da Europa para lá.

Agora, com o genocídio palestino em Gaza, crescem as manifestações de ódio aos judeus na Europa, deixando a comunidade preocupada. 

Reportagem de Michele Oliveira na Folha informa que "Judeus vivem sob terror ante onda de perseguição na Europa". 

 

Em Milão, uma mezuzá, objeto com trechos da Torá que costuma ser afixado na entrada de casas da comunidade judaica, foi roubada e, em seu lugar, foi deixada uma faca. Em Estrasburgo, a fachada de uma creche amanheceu pichada com "judeu bom é judeu morto". Em Viena, a parte judaica de um cemitério foi incendiada e, nos muros, suásticas foram pintadas. Em Nuremberg, uma estrela de Davi e a inscrição "assassinos de crianças" foram escritas na parede externa de um restaurante.

 

Era previsível que isso acontecesse, especialmente porque Netanyahu e seu governo fazem questão de carimbar qualquer crítica à campanha de extermínio que as Forças Armadas de Israel praticam em Gaza a antissemitismo.

Não se pode, não se deve confundir o governo de Israel com o povo judeu como vem sendo feito pelo próprio governo de Israel. Era óbvio que a consequência disso seria levar a crítica e a revolta com os acontecimentos de Gaza não apenas ao governo de Israel (e digo governo porque mesmo em Israel há muita gente contra o que está acontecendo em Gaza e contra Netanyahu e seu governo de extrema-direita) mas aos judeus.

 

 

Só na França, foram 1.040 ocorrências de antissemitismo registradas em quase um mês, até o último dia 5, segundo o Ministério do Interior, com a prisão de 486 pessoas. Na Alemanha, somente nos primeiros oito dias de conflito, foram 202 episódios contra judeus, aumento de 240% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a ONG Rias, que monitora esse tipo crime no país. No Reino Unido, o observatório CST, ligado à comunidade judaica, registrou 1.324 casos durante os 40 primeiros dias de guerra, alta de 510%.

 

Em entrevista à repórter, o rabino Menachem Margolin, presidente da Associação Judaica Europeia, diz não entender como a população judaica na Europa pode ser responsabilizada pelo que acontece em Gaza.

Pergunte a Netanyahu e ao governo de Israel, que puxam qualquer crítica a Israel como crítica aos judeus e antissemitismo.

O preconceito é odioso e vive à flor da pele procurando motivo para se expressar. O governo de Israel está dando esse motivo ao mundo. 

Quanto mais os judeus em Israel e ao redor do mundo criticarem o que o governo de Israel está fazendo na Palestina, mostrando assim a separação entre um e outro, mais difícil vai ser o preconceito contra os judeus encontrar motivo para se expressar.

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