DUPLA CIDADANIA

Quem é o ex-goleiro do Flamengo que serviu exército de Israel

O jogador teve a vida impactada pela guerra entre Hamas-Israel e, ao menos por enquanto, conseguiu escapar de ser convocado para lutar no conflito

Imagem Ilustrativa.Créditos: YouTube/Reprodução
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Nascido no Rio de Janeiro, mas com a cidadania israelense, um jogador brasileiro vive momentos de angústia durante o conflito entre o grupo palestino Hamas e Israel.

Criado no Flamengo, do Rio de Janeiro, o goleiro Daniel Miller Tenenbaum, hoje com 28 anos, durante dois deles se dividiu entre a carreira de goleiro e o serviço militar em Israel.

Daniel atua no Maccabi Tel Aviv desde 2016 e, ao menos por enquanto, não será convocado para lutar na guerra. Isso porque ele não é reservista, ou seja, não integra o primeiro cadastro de ex-membros do exército que podem ser acionados no caso de uma emergência.

Como cidadão israelense, o jogador, assim como todos no país, teve de servir o exército do país, entre 2018 e 2020, no seu caso. À época, ele tinha de conciliar os treinamentos e jogos com as obrigações militares em Israel.

Daniel está radicado em Israel desde 2016 - Divulgação

Daniel revelou que está seguro em Tel Aviv. “Gostaria de agradecer a todas as mensagens de preocupação que recebi nesse período. Me encontro bem, em local seguro dentro do possível. O sentimento é de profunda tristeza com os acontecimentos. Meus pêsames vão para todas as famílias das vítimas desses ataques, nada justifica o terrorismo. Espero que essa situação acabe o mais rápido possível”, disse, em entrevista ao Globo Esporte.

O jogador se profissionalizou no Flamengo, time no qual chegou aos 15 anos. Porém, não conseguiu espaço na equipe principal. Por isso, em 2016, após disputar uma Copa São Paulo, resolveu arriscar, aos 21 anos, uma chance em Israel, por pertencer a uma família de origem judaica.

Daniel se transferiu para o Maccabi Tel Aviv e, logo em seguida, ganhou a cidadania israelense, concedida a descendentes de judeus. Com isso, veio junto a obrigação: servir o exército local. Quem se recusa pode, inclusive, ser preso.

O brasileiro obteve sucesso por seu clube: foi bicampeão da Liga de Israel e acabou recebendo licenças especiais do exército para viajar e concentrar com a equipe no período em que servia.

Daniel fardado - Arquivo Pessoal

Missão no exército terminou em 2020

Em dezembro de 2020, ele encerrou sua missão. “Era um trabalho burocrático, administrativo, de escritório, mas eu me habituei e levei bem. Nada de treinos físicos, ficava mesmo no computador, mas sempre de farda. Tive um primeiro mês de treinamento mesmo, quando dormia na base, mas depois, no dia a dia, passei a conciliar com meus treinos no clube. E me apresentava sempre no turno oposto aos treinos”, revelou o atleta, na ocasião.