CONFLITO EM GAZA

Quais países criticaram os ataques de Israel em Gaza?

Desde a África do Sul até a Noruega, passando por Brasil, Colômbia e Venezuela, do Oriente Médio ao Sudeste Asiático, os apelos pelo fim do cerco a Gaza estão aumentando

Créditos: Agência Anadolu - Diversos países manifestam apoio ao povo palestino
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Após o ataque surpresa sem precedentes do Hamas a Israel no dia 7 de outubro, grande parte da comunidade internacional correu para manifestar sua preocupação com a escalada das tensões.

No entanto, à medida que Israel continua bombardeando Gaza e atacando palestinos na Cisjordânia ocupada, vários governos começaram a se mostrar críticos das ações de Israel - alguns de forma mais direta do que outros.

Confira a lista de países que pedem cessar-fogo

Brasil - O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse na sexta-feira (13) que seu país "recebeu com consternação a notícia de que as forças israelenses pediram que todos os civis - mais de um milhão - que vivem no norte de Gaza saíssem dentro de 24 horas".

Vieira, que falava em Nova York após uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, referiu-se à avaliação da ONU de que uma mudança de pessoas em tão grande escala poderia levar a "níveis sem precedentes de miséria" para os civis, ao mesmo tempo em que pediu o fim da violência de ambos os lados. O Brasil preside neste mês de outubro o Conselho de Segurança da ONU.

Argélia - O Ministério das Relações Exteriores da Argélia manifestou profunda preocupação com os ataques de Israel em Gaza, acusando-o de violar o direito internacional humanitário. O país também pediu intervenção internacional imediata para proteger o povo palestino, cujos direitos ela descreve como centrais para a resolução do conflito.

União Africana - O presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat, destacou a negação dos direitos fundamentais do povo palestino como a principal causa das tensões atuais. A UA apelou a ambas as partes para encerrar as hostilidades militares e voltar à mesa de negociações.

Belize - Belize lamentou as hostilidades entre o Hamas e Israel e pediu uma desescalada imediata, ao mesmo tempo em que apoiou um Estado palestino com Jerusalém Oriental como sua capital e exigiu o direito de retorno dos palestinos deslocados de sua terra natal ancestral.

Colômbia - O presidente colombiano, Gustavo Petro, enfatizou a necessidade de Israel e Palestina se sentarem à mesa de negociações e trabalharem rumo a uma solução de dois Estados. Ele fez comparações históricas entre a situação em Gaza e atrocidades passadas. Em um comunicado postado no X, anteriormente Twitter, ele disse: "Gaza hoje aparece destruída ou mais do que o gueto de Varsóvia depois de ser destruído pela barbárie nazista em resposta à insurreição judaica e socialista naquele campo de concentração".

Cuba - Condenou a violência em Israel e na Palestina, atribuindo-a à violação de longa data dos direitos palestinos.

Indonésia - Instou ao fim imediato da violência para evitar mais vítimas, argumentando também que a ocupação dos territórios palestinos por Israel era a causa raiz do conflito.

Iraque - Chamou os ataques em Gaza de continuação da opressão dos palestinos sob a ocupação de Israel.

Irã - O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, descreveu a resistência palestina como uma reação natural às provocações de Israel.

Irlanda - O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, condenou as ações de Israel de cortar o fornecimento de energia, combustível e água, chamando isso de violação do direito internacional humanitário e punição coletiva.

Kuwait - O Ministério das Relações Exteriores do Kuwait expressou preocupação com a escalada em Gaza, pedindo à comunidade internacional que interrompa a violência, proteja o povo palestino e ponha fim às provocações de Israel. O Kuwait alertou que a continuação da violência sem dissuasão prejudicaria os esforços de paz e as perspectivas de uma solução de dois Estados.

Marrocos - O país, que está avançando para laços diplomáticos plenos com Israel sob os Acordos de Abraão, manifestou profunda preocupação com a situação em Gaza e pediu um cessar imediato da violência e o retorno à calma. O país enfatizou a importância do diálogo e das negociações como forma de alcançar uma solução de dois Estados. Em uma sessão da Liga Árabe, o Ministro das Relações Exteriores de Marrocos, Nasser Bourita, enfatizou o "apoio total e inabalável" de Marrocos à Palestina.

Malásia - Pediu o fim da violência na Faixa de Gaza, destacando a ocupação prolongada e o sofrimento do povo palestino, e a profanação da Mesquita de Al-Aqsa como a causa raiz do conflito.

Maldivas - O governo das Maldivas expressou preocupação com a escalada da violência na Faixa de Gaza e reiterou sua solidariedade com o povo palestino. Seu governo afirmou que a paz duradoura no Oriente Médio só pode ser alcançada por meio de uma solução de dois Estados com base nas fronteiras pré-1967, com Jerusalém Oriental como a capital da Palestina.

Noruega - A ministra das Relações Exteriores da Noruega, Anniken Huitfeldt, criticou o bloqueio total de Gaza como inaceitável e enfatizou que o direito de autodefesa de Israel deve obedecer ao direito internacional.

“A imposição de um bloqueio completo, incluindo o acesso à eletricidade, água, alimentos e outros bens indispensáveis para a sobrevivência da população civil em Gaza, é inaceitável”, afirmou Huitfeldt em um comunicado.

“A escala da destruição em Gaza é enorme. Um grande número de civis foi morto. Dado o bloqueio completo por parte de Israel, o fechamento das fronteiras e os contínuos ataques israelenses, temo que a população civil em Gaza enfrente ainda maiores dificuldades nos próximos dias”, acrescentou.

Omã - O Ministério das Relações Exteriores de Omã expressou preocupação com a escalada em curso entre palestinos e israelenses, enfatizando a necessidade de ambas as partes exercerem contenção e pedindo intervenção internacional para interromper a escalada. Destacando a importância de aderir ao direito internacional, Omã ressaltou a necessidade estratégica de encontrar uma solução justa, abrangente e duradoura para a questão palestina com base na solução de dois Estados.

Catar - O Catar pediu que todas as partes desescalassem e exercessem contenção diante da crescente situação em Gaza, responsabilizando Israel pela escalada devido às suas violações dos direitos palestinos, em particular as incursões na Mesquita de Al-Aqsa.

O Ministério das Relações Exteriores instou a comunidade internacional a compelir Israel a respeitar o direito internacional e os direitos históricos do povo palestino e a evitar mais violência contra civis palestinos. O Catar reiterou sua firme posição de apoio à causa palestina, incluindo o estabelecimento de um Estado independente com base nas fronteiras de 1967, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.

Rússia - A Rússia enfatizou que o conflito israelo-palestino não pode ser resolvido pela força, mas sim por meios políticos e diplomáticos. A Rússia pediu um cessar imediato das hostilidades, a renúncia à violência e um processo de negociação com assistência da comunidade internacional para estabelecer uma paz duradoura no Oriente Médio.

O presidente Vladimir Putin enfatizou a "criação de um estado palestino independente com Jerusalém Oriental como sua capital" para resolver a questão.

Moscou também se recusou a listar o Hamas como uma "organização terrorista", seguindo passos semelhantes tomados pela França e pela União Europeia no início desta semana.

Síria - Elogiou as facções de resistência palestinas por trás do ataque de 7 de outubro, enquanto criticava a ocupação e o cerco de Israel.

África do Sul - O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa enfatizou no sábado o apoio histórico de seu país à "justa luta" dos palestinos em um comunicado público, mantendo um keffiyeh sobre os ombros em frente a pessoas segurando pequenas bandeiras palestinas.

“Todos nós aqui de pé prometemos nossa solidariedade ao povo da Palestina”, disse ele.

Ele descreveu Israel como um "regime opressor" e apontou para o que muitos grupos de direitos humanos descreveram como políticas de estilo apartheid de Israel em relação aos palestinos.

Venezuela - O governo da Venezuela expressou sua preocupação com a situação na Faixa de Gaza e pediu o fim da violência em todo o território palestino por meio de diálogo direto e cumprimento da Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU. A Venezuela instou as Nações Unidas a cumprir seu papel como garantidor da paz e legalidade internacional.

China - O principal diplomata chinês e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou que as ações de Israel vão além do autodefesa e expressou preocupação com a escalada do conflito Israel-Palestina. Em uma ligação telefônica com o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Príncipe Faisal bin Farhan Al Saud, no sábado (14), Wang disse que a China se opõe e condena todos os atos que prejudicam civis, pois eles violam a consciência humana básica e os princípios fundamentais do direito internacional.

Com informações da Al Jazeera