O livro de memórias “Spare” (O que sobra), autobiografia do príncipe Harris, continua provocando polêmicas no Reino Unido. Entre outras revelações embaraçosas, até mesmo para os integrantes da família real, ele revelou quantas pessoas matou no Afeganistão, enquanto servia ao Exército britânico, nos anos 2000.
Harry, hoje com 38 anos, conta que matou 25 pessoas e que, segundo ele, os soldados britânicos foram instruídos a não ver os integrantes do Talibã como pessoas, de acordo com o jornal “The Telegraph”, que obteve um trecho do livro.
Ele conta, na publicação, que “não está orgulhoso nem envergonhado” pelo fato de ter matado. Porém, sua confissão provavelmente “fará dele e de sua família um alvo terrorista maior”, avaliou o jornal.
O príncipe serviu como controlador aéreo avançado no Exército Real Britânico, de 2007 a 2008, e pilotou o helicóptero de ataque, entre 2012 e 2013, informou a Al Jazeera.
“Pareceu-me essencial não ter medo desse número. Portanto, o meu número é o 25. Não é um número que me dê satisfação, mas também não me envergonha”, escreveu.
Ele detalhou que o número veio após seis missões durante sua segunda passagem pelo país.
“Fiz meu propósito, desde o primeiro dia, nunca ir para a cama com qualquer dúvida se fiz a coisa certa, se atirei no Talibã e apenas no Talibã, sem civis nas proximidades. Eu queria voltar para a Grã-Bretanha com todos os meus membros, mas mais do que isso, eu queria chegar em casa com minha consciência intacta”, escreveu Harry.
Jornal tem acesso à cópia do livro antes do lançamento
A editora do livro na Europa, Penguin Random House, não compartilhou trechos do livro, de forma ampla, antes da publicação oficial, em 10 de janeiro de 2023. Porém, o “Telegraph” escreveu que teve acesso a uma cópia em espanhol, em uma livraria na Espanha, de acordo com a coluna Splash, no UOL.
“Spare” está em pré-venda, com edição em inglês e espanhol e e-book, nos dois idiomas.