Os EUA, Europa e Nova Zelândia estão vivendo neste começo de ano a chamada "crise do ovo", no entanto, ela possui diferentes pontos de partidas: gripe aviária e proibição de galinhas poedeiras.
Nos Estado Unidos o principal motivo da crise do ovo é um surto de gripe aviária que já levou à morte milhares de galinhas.
Para se ter uma ideia do tamanho da crise do ovo nos EUA, os preços do produto subiram quase 60% nos últimos 12 meses. O atual surto de gripe aviária nos EUA matou mais de 44 milhões de galinhas poedeiras.
Por sua vez, na Europa a crise do ovo tem sido motivada por dois motivos: a gripe aviária e elevação dos custos dos grãos e energia elétrica por causa da guerra entre a Rússia e Ucrânia.
Fim das gaiolas
Já no caso da Nova Zelândia a crise do ovo tem uma motivação interessante: desde o dia 1º de janeiro entrou em vigor a lei que proíbe a criação de aves poedeiras em gaiolas. Diante disso, o preço do ovo no país inflacionou e o aumento da demanda não acompanhou a nova realidade do país.
Porém, os produtores da Nova Zelândia tiveram 10 anos para se adequar à nova regra, pois, foi em 2012 que o país estabeleceu a meta de zerar a produção de ovos com galinhas presas em gaiolas. Hoje, o governo neozelandês só permite a criação de galinhas em colônias, celeiros e sistemas ao ar livre.
Além disso, o governo da Nova Zelândia, nos últimos 18 meses esteve em contato regular com os operadores e visitou fazendas que precisavam fazer a transição.
Mesmo com o longo prazo de adaptação, as empresas da Nova Zelândia não se adequaram e agora os cidadãos neozelandeses passaram a ter limites na quantidade de ovos que podem comprar.
O Brasil vai viver uma crise do ovo?
Neste momento não há registro da gripe aviária em território brasileiro e, portanto, não deve faltar ovos nos supermercados do Brasil.
Porém, o preço dos ovos no Brasil deve permanecer em alta. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o ovo de galinha subiu 18,45% em 2022.
A alta do preço tem relação com a falta de chuva, que afeta a produção de grãos, que por sua vez afeta a produção de ovos no país. Tal cenário deve permanecer, mas nada comparável a crise do ovo na Europa, EUA e Nova Zelândia.
Com informações da CNN, CBS, Los Angeles Times e UOL.