EUROPA

Itália: Possível vitória da extrema-direita na eleição de domingo gera preocupações

Administrada hoje por um governo provisório, já que o primeiro-ministro Mario Draghi (sem partido) renunciou ao seu posto, a ideia de um “governo de unidade nacional” composto pelos principais partidos italianos à direita e à esquerda iniciada no começo de 2021 não durou muito

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Administrada hoje por um governo provisório, já que o primeiro-ministro Mario Draghi (sem partido) renunciou ao seu posto, a ideia de um “governo de unidade nacional” composto pelos principais partidos italianos à direita e à esquerda iniciada no começo de 2021 não durou muito e acabou em 21 de julho de 2022!

O desmembramento dessa união articulada com o fim do segundo Governo Conte (M5S), o fracionamento parlamentar e a insegurança política e econômica com o fantasma do populismo voltaram a ser uma preocupação sobre os rumos do país.

Partido com traços fascistas pode vencer a eleição e liderar um novo governo a possível eleição e formação de um governo de coalizão à direita, tem gerado preocupações em um cenário de incertezas na Europa. Com a situação da guerra, inflação, a eleição dos Irmãos da Itália (FdI) pode significar uma série retrocessos para o país na relação com a União Europeia, mas também na geopolítica mundial e em questões decisivas como a política econômica para setores da classe trabalhadora e temas específicos como a imigração.

Segundo, a maior parte das pesquisas eleitorais realizadas e registradas em setembro de acordo com a legislação eleitoral italiana, o partido liderado pela Deputada Giorgia Meloni (Fratelli d’Italia FdI), pode conquistar o primeiro lugar com 22-27% dos votos. Nesse caso, seria uma situação inédita que deixaria a Lega de Matteo Salvini (12%-16%) e o Forza Italia de Silvio Berlusconi (5%-10%) para trás. Se confirmado esse quadro, a situação mais provável para enfrentar a indefinição partidária do país, deve ser uma nova coalizão de partidos mais à direita com setores centristas.

Partido de centro-esquerda pode ganhar, mas dificilmente formará um novo governo ainda com possibilidades de vencer a eleição individualmente, o Partido Democrático (PD) que lidera a coalizão de centro-esquerda pode atingir entre 19%-25% segundo as sondagens, mas dificilmente reeditará uma coalizão de centro-esquerda, como foi o Governo Conte II (setembro de 2019 a janeiro de 2021). A divisão entre as lideranças (Giuseppe Conte, Luigi Di Maio) e o enfraquecimento eleitoral do Movimento 5 Estrelas (M5S) 11%-16%; somado as dissidências de ex-lideranças do PD, como o ex-Primeiro-Ministro Matteo Renzi (Itália Viva) e ex-Ministro da Economia Carlo Calenda (Azione) dificultam ainda mais esse cenário.

Colônia ítalo-brasileira e das Américas votam até 22 de setembro. Com a corrida eleitoral acontecendo também no exterior, a eleição para o Senado e a Câmara dos Deputados na chamada “America Meridionale”, também conta com a participação da colônia ítalo-brasileira e das Américas que votam em repartições eleitorais separadas por regiões. Por aqui, vemos alguns candidatos da Venezuela, Brasil, Uruguai e Argentina disputando as vagas.

Dentre os mais conhecidos destacam-se à centro-esquerda, o atual Senador Fabio Porta, disputando uma vaga para deputado e o ex-secretário municipal da cidade de São Paulo, Andrea Matarazzo tentando conquistar uma vaga no Senado pelo Partido Democrático. No campo direitista, aparece a ex-deputada Renata Bueno (USEI) e o ex-automobilista Emerson Fittipaldi (Lega) como candidato ao Senado.

Entre as principais bandeiras do candidato a deputado Fabio Porta - o mais conhecido do público em atividade e eleito em nossa região: 83,97% (Parlamento 18 openpolis.it), destaca-se a defesa da manutenção do direito de sangue (Ius sanguinis) para obtenção de cidadania italiana aos descendentes; a facilitação de reconhecimento de cursos; simplificação de leis para empresas; fundo cidadania para serviços consulares; e novos projetos de cooperação no campo da língua e cultura.