Uma dúvida e uma história pra lá de inusitada abalaram o mundo do xadrez nos últimos dias. Magnus Carlsen, o norueguês de 31 anos que é campeão mundial e número 1 do jogo no planeta desde 2013, abandonou o prestigiado torneio Sinquefield Cup 2022, cuja premiação era de US$ 350 mil, após ser derrotado por um rapaz iniciante de 19 anos, dos EUA, chamado Hans Niemann, que no passado já admitiu ter vencido competições trapaceando.
O campeão do mundo saiu do campeonato alegando que algo não estava dentro da normalidade na partida realizada contra Niemann e foi ao Twitter, dias depois, compartilhar um vídeo do treinador de futebol português José Mourinho, no qual ele afirma que “prefere não falar nada, porque se falar, vai se complicar”. Grandes enxadristas, como o ex-vice-campeão mundial Hikaru Nakamura, disseram que aquele resultado (a vitória de Niemann) é algo impossível de acontecer numa disputa daquele nível. Nakamura ainda frisou que não havia explicação para o jovem norte-americano não ter disputado um torneio sequer com premiação em dinheiro nos últimos seis meses.
Neste jogo de séculos, a derrota de uma figura como Carlsen, que detém a “honraria” de “Grande Mestre”, para um novato, é algo praticamente impossível, pois esses grandes campeões apresentam uma capacidade infinitamente superior ao de excelentes jogadores que estão níveis abaixo da elite mundial.
A partir dessa partida com resultado absurdo, inúmeras teorias começaram a ser ventiladas. Embora as entidades do xadrez e os organizadores do torneio não tenham assumido que alguma coisa “incomum” se passou no jogo entre Carlsen e Niemann, medidas para atrasar a transmissão ao vivo na internet das partidas em 15 minutos e a convocação de profissionais especializados em fairplay levantaram suspeitas de que uma fraude realmente teria ocorrido.
Como há inspeções para ver se os competidores não carregam nada nas roupas, ou micropontos eletrônicos no ouvido, alguns internautas e pessoas familiarizadas com tecnologias ultramodernas passaram a afirmar que Niemann teria usado um dispositivo anal, wireless, que emite vibrações em código Morse no reto. Um operador do pequeno aparelho assistiria o jogo pela via online e repassaria os comandos de jogadas para o competidor.
Entre os que creem nessa hipótese, que a princípio seria insólita, embora funcional, está o bilionário Elon Musk, homem mais rico do mundo, e que trabalha com tecnologia de ponta. Num tuíte, o dono da Tesla e da SpaceX disse: “O talento atinge um alvo que ninguém mais pode atingir, o gênio atinge um alvo que ninguém pode ver (porque está na sua bunda)”.
A tese, ainda que constrangedora, passou a ser realmente cogitada como plausível, tanto que grandes veículos de imprensa do mundo noticiaram o fato, como os britânicos Daily Mail e Metro e os norte-americano New York Post e a revista Rolling Stone, assim como a EuroNews. No entanto, até o momento, não é possível confirmar que o norte-americano de 19 utilizou esse expediente para vencer o supercampeão norueguês.