As autoridades de segurança da Argentina confirmaram a identidade do homem que tentou matar a vice-presidente Cristina Kirchner com uma pistola, atirando a queima-roupa na antiga mandatária do país vizinho e que hoje é a substituta do presidente Alberto Fernández. A arma falhou. Trata-se do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos.
Cristina chegava em sua residência, na Rua Juncal, um elegante endereço da Recoleta, bairro nobre de Buenos Aires. Ela estava com sua escolta oficial, formada por guarda-costas da Gabinete de Segurança da Presidência da Nação e por agentes da Polícia Federal Argentina, quando Montiel sacou a pistola .40 e disparou, mas o tiro não saiu.
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Montiel é brasileiro, natural da capital de São Paulo, filho de um chileno e de uma argentina. Sua certidão de nascimento circula nos meios jornalísticos do país vizinho. Ele vive na Argentina desde a infância (chegou em 1993), e atualmente mora localidade de Villa del Parque. Estaria desempregado, embora imagens recentes de suas redes sociais e uma entrevista a uma rede de TV tenham mostrado que ele era vendedor ambulante de algodão-doce, tendo trabalhado também, nos últimos tempos, como motorista de aplicativos.
Em 17 de março de 2021, depois de ser parado numa blitz policial, Montiel afirmou que estava trabalhando como prestador de serviços para uma empresa de telefonia, mas não tinha consigo um crachá que comprovasse isso. Os policiais, então, revistaram seu carro e acharam um facão de 35 centímetros. Ele foi conduzido a uma delegacia, um Termo Circunstancia foi registrado, mas meses depois a causa foi arquivada pela promotoria.
Morando há quase 30 anos na Argentina, ele perdeu a mãe em 2017, que era dona de um comércio de roupa, e estaria com um processo na Justiça local para ficar com seus bens, alegando ante os juízes que era o único herdeiro de Viviana Beatriz Sabag.
Imagens veiculadas nas redes sociais e na imprensa da nação fronteiriça mostram que o autor do atentado ostenta uma tatuagem do “sol negro” num dos braços, pegando todo o cotovelo. O símbolo é neonazista e amplamente usado por grupos e gangues identificados com a doutrina hitlerista.
Montiel foi levado para a carceragem de uma unidade da Polícia Federal Argentina no bairro de Villa Lugano e seu caso já está nas mãos da juíza federal l María Eugenia Capuchetti.