Uma "chuva sem precedentes" na história do Paquistão "criou uma catástrofe climática", essa são as palavras da ministra da Mudança Climática, Sherry Rehman, em pronunciamento realizado neste domingo (28).
Segundo a ministra, as águas da chuva sem precedentes na história do país estão submergindo casas, destruindo terras agrícolas e deslocando milhões de pessoas. O governo paquistanês estima que as águas possam cobrir até um terço do país de 220 milhões de habitantes.
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Nesta segunda-feira (29) o número de mortos chegou a 1.061. "Quando isso acabar, poderemos ter um quarto ou um terço do Paquistão debaixo d'água", disse Rehman à agência de notícias turca TRT World.
Imagens de satélites mostram o tamanho do desastre: casos e campos completamente submersos ao longo do rio Indo, bem como as cidades de Rajanpur e Rojhan em Punjab, região mais populosa do Paquistão.
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As inundações causadas pelas chuvas destruíram mais de 3 mil quilômetros de estradas, 130 pontes e 495 mil casas foram destruídas.
Para o ministro das Relações Exteriores, Bilawal Butto-Zardari, a temporada de chuvas deste ano foi "absolutamente devastadoras [...] não vi nenhuma destruição ou devastação dessa escala", disse Butto-Zardari.
Segundo informações da CNN, mais de 3,1 milhões de pessoas foram deslocadas pelas águas e, de acordo com o Abrar ul Haq, presidente da rede de ajuda no Paquistão, a catástrofe traz outros problemas.
"Essas inundações torrenciais restringiram severamente o transporte e a mobilidade. A ameaça da Covid-19 e os danos aos veículos, infraestrutura e conectividade estão tornando os nossos trabalhos de socorro de emergência quase impossíveis. A maioria das pessoas afetadas também estão imóveis ou isoladas, dificultando o acesso a elas", disse Haq.
O Paquistão enfrenta o seu oitavo ciclo de chuvas de monção e, segundo a ministra Rehman, trata-se de uma "anomalia", pois, geralmente o país enfrenta de três ou quatro desses períodos chuvosos por ano.
"O Paquistão está vivendo uma das catástrofes climáticas mais sérias do mundo. Estamos neste ponto do marco zero da linha de frente de eventos climáticos extremos, que vimos desde o início deste ano de uma implacável cascata de ondas de calor, incêndios florestais, inundações repentinas, vários ventos de explosão de lagos de geleira e agora a monstruosa monção da década", alertou a ministra.