PÂNICO MORAL

Primeira-ministra da Finlândia anuncia que fará teste de drogas; entenda o motivo

Conheça Sanna Marin, a primeira-ministra da Finlândia que peitou Putin, propôs uma semana útil de 4 dias e enfrenta o pânico moral dos conservadores de seu país

Sanna Marin, primeira-ministra da Finlândia, durante sua folga em um festival de rock.Créditos: Reprodução / Instagram/ruisrock
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Uma das lideranças mais jovens do mundo com apenas 36 anos, a primeira-ministra da Finlândia Sanna Marin anunciou nesta sexta-feira que fará um teste de drogas em resposta às repercussões negativas de um vídeo em que aparece curtindo uma festa privada com amigos - que viralizou nesta semana nas nas redes sociais. O anúncio veio junto com a declaração de que nunca usou drogas na vida.

As imagens da primeira-ministra, em seu momento de descanso, dançando com amigas e amigos em uma festa privada – muito comuns em um país onde durante metade do ano o frio complica as festas na rua – acenderam o pânico moral da parcela mais conservadora dos finlandeses. Ela foi acusada de “dançar com um homem que não era seu marido” e usar drogas. Críticos mais civilizados disseram que a atitude era inadequada pela crise econômica e as tensões com a Rússia, principais problemas que enfrenta à sua gestão.

No anúncio à imprensa finlandesa de que fará o teste para drogas, Marin se disse decepcionada com o vazamento do vídeo e afirmou que não fazia nada de ilegal ou imoral. Ela pretende provar cientificamente que os conservadores estão equivocados.

Quem é Sanna Marin

Sanna Mirella Marin é do Partido Social Democrata e assumiu o cargo de primeira-ministra da Finlândia em dezembro de 2019, um mês após completar 34 anos. Ela já fazia parte do parlamento desde 2015 e antes de tornar-se primeira-ministra, atuou como ministra dos Transportes e Comunicações. Em 2020, Marin sugeriu que a semana de trabalho em seu país passe a contar com apenas quatro dias.

Em outubro de 2020, após aparecer com um decote ‘acima do permitido pelos conservadores do seu país’ em uma revista de moda, diversas feministas e mulheres finlandesas em geral criaram a hashtag #iamwithsanna para apoiá-la. Junto com a hashtag, as mulheres que apoiaram a primeira-ministra publicavam fotos suas com decotes no estilo do que os critícos consideraram “indecente”.

No mês passado, quando visitou o festival Ruis Rock, Sanna apareceu em uma postagem do instagram oficial do festival trajando uma jaqueta de couro, botas e shorts jeans curtos, foi novamente bombardeada por críticas moralistas e conservadoras. Naquele dia ela estava de folga.

Marin havia ganho destaque mundial naquelas mesmas semanas quando contrariou o presidente russo, Vladimir Putin, e pediu a entrada do seu país na Aliança do Tratado Norte Atlântico (Otan). O mandatário russo havia ameaçado a Finlândia de retaliações no caso de adesão à Otan, argumentando que não aceitaria 'ganhar' cerca de 1300 quilômetros de fronteiras com seu principal inimigo geopolítico.