O diretor-geral do Instituto Vladimir Herzog, Rogério Sottili, afirmou que a viagem da comitiva nacional aos Estados Unidos está tendo “um resultado excelente, acima de qualquer expectativa”. As reuniões com autoridades estadunidenses têm como objetivo denunciar os riscos à democracia no país, com as investidas golpistas de Jair Bolsonaro (PL) e de integrantes das Forças Armadas.
“Estivemos reunidos com o Departamento de Estado norte-americano duas vezes, levamos as denúncias e os representantes se manifestaram de pronto quanto à preocupação sobre os riscos à democracia no Brasil”, afirmou Sottili.
“Disseram que os Estados Unidos não vão embarcar em qualquer aventura autoritária feita pelo Brasil e pelo atual presidente. Eles têm total confiança no sistema eleitoral brasileiro, que consideram um exemplo, e que essa é a orientação dos Estados Unidos”, destacou.
A delegação conta com a participação de representantes de 19 organizações brasileiras.
A comitiva se encontrou, também, com o ex-candidato à presidência dos EUA, Bernie Sanders, outros senadores, deputados. “Todos ficaram impressionados com as ameaças que ocorrem no Brasil. Há consenso da parte deles quanto aos perigos à democracia não só no Brasil, mas no mundo, caso seja vitoriosa a iniciativa autoritária do atual governo brasileiro”, relatou Sottili.
De acordo com o diretor-geral do Instituto Vladimir Herzog, a preocupação das autoridades estadunidenses não se limita ao que pode acontecer com o Brasil, mas que o momento autoritário se alastre para a América Latina, com repercussão, inclusive, nos Estados Unidos.
Autoridades dos EUA ressaltam a qualidade do sistema eleitoral brasileiro
“Todos assumiram o compromisso de se manifestar publicamente contra essa onda autoritária, tentando assegurar total isonomia e ressaltar a qualidade do Supremo Tribunal Federal, a qualidade do sistema eleitoral brasileiro, com solidariedade total para o Brasil”, acrescentou.
Sottili afirmou, ainda, que os EUA vão acompanhar o processo eleitoral e mandarão observadores para o Brasil. “Nós ainda temos uma reunião com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, com embaixadores na OEA e mais deputados e senadores”, completou.