Um episódio sinistro e misterioso choca a África do Sul desde a madrugada do último domingo (26) e tem ganhado os noticiários de todo mundo. Os corpos de 22 adolescentes, entre 14 e 20 anos, sem qualquer sinal de violência aparente, foram encontrados num bar noturno da cidade costeira de East London, no extremo sul do país. As vítimas eram os últimos frequentadores da balada “informal” Enyobeni Tavern e foram encontradas por volta das 4h caídos em posição incomum, como se estivessem dançando na pista, conversando em rodinhas ou sentados em mesas e simplesmente tivessem ido ao chão.
O local esteve lotado mais cedo por conta das comemorações do fim do ano letivo de alunos do Ensino Médio e, segundo as autoridades, funcionava sem as permissões, burocracias e alvarás necessários para esse tipo de estabelecimento. O Enyobeni Tavern também já vinha sendo acusado e acionado na Justiça por vender bebidas alcoólicas a menores de idade. De acordo com a imprensa local, moradores da vizinhança foram os primeiros a notar que a música seguia no recinto madrugada a dentro, mas ninguém mais saía ou entrava no bar, como se ele estivesse abandonado. Ao ingressarem na balada eles encontraram os corpos pelo chão.
O ministro da Polícia Nacional, Bheki Cele, que esteve na cena do macabro episódio, disse a agências internacionais que não daria opinião sobre as possíveis causas das mortes e que para isso convocou as principais unidades de peritos forenses sul-africanos. As primeiras análises apontam que realmente não havia sinais de violência nos jovens, nem traços que poderiam presumir um envenenamento, embora essa seja uma hipótese levada em consideração pelos investigadores.
Mais tarde, ainda no domingo, Bheki Cele foi ao necrotério de East London e saiu da repartição chorando muito, o que comoveu até os repórteres presentes no local.
“É uma cena terrível. Eles são muito jovens... Alguns têm apenas 13 ou 14 anos”, disse o ministro, em lágrimas.
Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, dirigiu condolências às famílias dos mortos e afirmou estar preocupado com os perigos a que estão submetidos os jovens do país, já que menores de 18 anos frequentam indiscriminadamente clubes noturnos.