ALBERTO FERNÁNDEZ

Com Bolsonaro em baixa, Argentina pede para entrar no Brics

O presidente argentino Alberto Fernández manifestou a intenção nesta sexta-feira durante reunião do bloco

Alberto Fernández diz que Argentina quer integrar Brics.Créditos: Presidência da Argentina
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O presidente da Argentina, Alberto Fernández, manifestou nesta sexta-feira (24) que o país está interessado em ingressar como membro pleno do Brics junto a Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A declaração foi dada durante a  XIV Cúpula dos líderes do bloco. O evento aconteceu de forma virtual.

“Desejamos se membros plenos deste grupo de nações que já representa 42 % da população mundial e 24 % do produto bruto global. Somos fornecedores seguros e responsáveis de alimentos, reconhecidos no âmbito da biotecnologia e em tecnologia logística aplicada. Isto significa que não só somos capazes de produzir e exportar alimentos, mas sabemos fornece serviços e formar especialistas para que outros países façam crescer sua eficiência produtiva e melhorem assim a qualidade de vida de seus habitantes”, disse Fernández.

A Argentina participou do encontro a convite da China, que tem se aproximado do país sul-americano. O presidente argentino destacou a importância do bloco no cenário internacional e defendeu a ampliação do banco dos Brics.

“O peso institucional e econômico dos Brics pode se tornar um fator de estabilidade financeira. A expansão de seu Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) pode ser um instrumento útil para fortalecer as infraestruturas nacionais”, declarou.

O primeiro passo da incorporação da Argentina aos Brics deve se dar justamente com a entrada no banco. 

Para Fernández, enquanto trabalham "para silenciar o trovão das armas" os países devem esforçar-se por desenhar "uma arquitetura financeira global que tenha em conta as necessidades de crescimento, comércio, investimento e fundamentalmente, o bem-estar sendo que a humanidade exige".

A entrada da Argentina nos Brics pode ser benéfica ao Brasil e ao Mercosul, mas não é bem vista pelo governo Jair Bolsonaro (PL). O Itamaraty tem tentado barrar o ingresso, apesar de o Ministério da Economia defender a incorporação do país vizinho ao NDB.